O Coritiba foi multado pela tentativa de invasão ao vestiário da equipe após a partida contra o São Paulo. Por falta de provas que comprovasse a invasão e maior gravidade nas desordens, três dos quatro Auditores votaram para aplicar multa de R$20 mil ao Coxa sem perda de mando de campo. Também denunciados, o atleta Henrique Almeida foi suspenso por duas partidas e o São Paulo multado em R$ 6 mil por atraso. A decisão cabe recurso e pode retornar a julgamento no Pleno, última instância nacional.

Além de provas documentais apresentadas pela defesa, o Diretor de Futebol Valdir Barbosa e o ex-técnico do clube, Ney Franco testemunharam a favor do Coritiba. Ambos confirmaram a tentativa de invasão, explicaram o ocorrido e destacaram a ação da segurança na repressão.

Essas imagens que passaram não presenciei por serem no corredor que da acesso aos vestiários. Eu estava dentro do vestiário. Quando os torcedores passaram na parte do estacionamento, passaram pelo primeiro portão que tinham cerca de 4 seguranças. Chegando no segundo portão, os torcedores começaram a bater e fica próximo dos vestiários. Muitos socos, chutes no portão e gritos. As pessoas se assustaram e dois jogadores tiveram a atitude de sair correndo e dizendo da invasão. Houve um susto e houve uma tentativa, mas não chegaram na última porta e não houve invasão ao vestiário, disse o dirigente.

Só vim declarar que não teve invasão. Houve a tentativa e chegaram até a última porta que daria acesso ao vestiário e os seguranças trabalharam. Os atletas se assustaram e correram. (Os torcedores) Vieram pela rua paralela a entrada do vestiário, passaram pelo estacionamento de automóvel. Logo após, logo a direita, tem um outro portão a aproximadamente 10 metros dos vestiários. Na área que eles entraram é de circulação de torcedores, mas não deveriam entrar por já estarem fora do estádio, declarou Ney Franco.

O Subprocurador Rafael Vanzin entendeu que com os relatos de atletas de ambas as equipes caracteriza a desordem descrita no artigo 213 do CBJD e acrescenta. Galhardo demonstra claro que estava de forma tensa, viu o que estava acontecendo e que houve a tentativa de invasão. Um outro jogador estava fazendo tratamento com gelo e afirmou que o fisioterapeuta falou corre, corre, corre. Não foi uma simples tentativa. O próprio Ney Franco confirmou em entrevista coletiva que a situação ficou tensa. A Procuradoria pede a aplicação das penas descritas no parágrafo 1º do artigo 213.

Para a defesa ficou claro que não houve nenhuma invasão. Itamar Cortes destacou que não há relatos da arbitragem que estavam em um vestiário próximo. Essa tentativa de invasão não ocorreu da forma narrada pela imprensa. Galhardo ouviu o barulho e foi o primeiro a sair correndo sem saber o que ocorreu. Desde os problemas de 2009 (contra o Fluminense) não houve perda de mando de campo ao Coritiba por desordens. O comandante da PM disse que um pequeno grupo de torcedores tentou invadir o vestiário pelo estacionamento, porém não conseguiram levar adiante pela ação da segurança. O caso é para absolvição do Coritiba pela baixa gravidade, justificou o advogado do clube.

Luis Felipe Procópio, relator do processo, lamentou as cenas exibidas e destacou que se trata de situações corriqueiras no Coritiba. No caso em tela, houve uma evidente falha na segurança resultando na invasão de torcedores na parte interna do estádio. Entendo que a infração está configurada no artigo 213 e aplico multa de R$ 20 mil e, por jogadores terem que fugir para não apanhar, entendo como grave e a aplicação do parágrafo 1º é devida. Aplico ao Coritiba a perda de um mando de campo com portões abertos. Ao atleta Henrique Almeida, o relator votou por dois jogos de suspensão e o São Paulo multa de R$ 6 mil por seis minutos de atraso.

Por não vislumbrar provas concretas da invasão (imagens, portas quebradas) no processo, o Auditor Francisco Pessanha não aplicou perda de mando de campo ao Coritiba e acompanhou as demais penas do relator. O mesmo entendimento foi acompanhado pelo Auditor Ivaney Cayres que acrescentou. Não vi comprovação do perigo alarmado pela imprensa. A segurança privada em excesso foi mostrada e a presença da Polícia Militar mostrou que medidas foram adotadas pelo Coritiba. Fabrício Dazzi, presidente da 3ª Comissão, também justificou a não aplicação da perda de mando de campo. Os vídeos apresentados não tinham imagens da invasão. Não há gravidade para justificar a perda de mando de campo. Aplico só multa, concluiu.