A Secretaria estadual da Saúde proibiu a utilização de aeronaves para dispersão de agrotóxicos e inseticidas no combate do Aedes aegypti em áreas urbanas no Paraná. O impedimento foi feito por meio da Resolução nº 446/2016, publicada em Diário Oficial na quarta-feira (9).

De acordo com a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, o controle de vetores com aplicação de inseticidas é mais eficaz com o uso do equipamento costal, que trabalha com jato dirigido aos locais de preferência do Aedes.

Para ter o efeito esperado, a nuvem de inseticida deve ficar próxima ao solo, com no máximo seis metros de elevação, pois o mosquito voa em baixas alturas. O jato disparado por aeronaves não atende a essas recomendações, detalha Ivana.

REDUÇÃO – A proibição também considera estudos da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) que mostra que apenas 19% do produto aplicado por meios aéreos atinge o espaço determinado. Os mesmos estudos constataram a presença de contaminação decorrente da pulverização a 32 km da área-alvo.

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008 e o Paraná é o terceiro maior consumidor nacional. Nosso esforço é para reduzir seu uso cada vez mais, explica o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz. O diretor também ressalta que países da União Europeia já proibiram a pulverização aérea desde janeiro de 2009 devido ao alto potencial de contaminação.

A pulverização aérea pode causar danos à saúde da população, principalmente àquelas com maior vulnerabilidade, como idosos, crianças e gestantes. A prática também pode contaminar centrais de fornecimento de água, produções agrícolas e prejudicar o meio ambiente, finaliza Sezifredo.