Portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) exonerou  de cargos comissionados, nesta segunda-feira (20), os superintendentes federais de agricultura, pecuária e abastecimento do Paraná, Gil Bueno de Magalhães; e de Goiás, Júlio César Carneiro.

Na sexta-feira (17), depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca, o governo anunciou o afastamento de 33 servidores suspeitos de envolvimento nas irregularidades investigadas.

 

União Europeia barra importação de carne das empresas investigadas pela PF

 

Os agentes da PF encontraram cerca de R$ 65 mil em notas de reais, dólar e Euro durante o cumprimento de mandado na casa de Bueno. Já nas cinco contas bancárias cujo titular é Gil Bueno, a PF localizou pouco mais de R$ 3.500 ,que foram bloqueados por ordem da Justiça Federal. Segundo a PF, Gil Bueno de Magalhães teria deixado de fiscalizar, por 67 vezes, duas empresas que estava sendo fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura. Ele foi nomeado pelo atual ministro, Blairo Maggi.

Gil Bueno de Magalhães foi denunciado em março de 2016, por corrupção passiva pelo Ministério Público Federal (MPF) em Paranaguá. Ele é acusado de receber propina para beneficiar duas empresas que estavam sendo fiscalizadas pelo Ministério, entre 2004 e 2008.

Vale lembrar que a nomeação de Magalhães ocorreu no dia 24 de julho de 2016, ou seja, o processo envolvendo o superintendente nomeado por Maggi já tramitava há mais de três meses.

A operação da Polícia Federal denunciou um esquema criminoso envolvendo empresários do agronegócio e fiscais agropecuários que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo. De acordo com a PF, frigoríficos envolvidos nesse esquema criminoso maquiavam carnes vencidas e as re-embalavam para conseguir vendê-las. As empresas subornavam fiscais do ministério para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização.

Segundo a PF, o esquema envolvia servidores das superintendências regionais do Ministério da Agricultura nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás. Os investigadores informaram que eles atuavam diretamente para proteger grupos de empresários em detrimento do interesse público.