O Paraná é o maior produtor de peixes em cativeiro do Brasil. De acordo com o Anuátio Estatístico da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), a produção paranaense alcançou 93.600 toneladas em 2016. Um crescimento de 17% na produção em comparação com o ano anterior, quando a produção foi de 80 mil toneladas. Com isso, o estado se isolou na liderança do ranking, a frente de Rondônia, com 74.750 toneladas, e São Paulo com 65.400 toneladas. 

A piscicultura brasileira produziu 640 mil toneladas no ano passado. Ou seja, a produção paranaense responde por 14,6% de produção nacional. No País, o setor gerou mais de 1 milhão de empregos e uma receita de R$ 4,3 bilhões no ano. Os dados levam em consideração somente peixes produzidos em cativeiro.
Até 2014, o Paraná era o segundo colocado do ranking nacional, com uma produção de 74 mil toneladas, e o Mato Grosso era quem liderava o ranking, com 75 mil. Tornar a Piscicultura uma prática sustentável e de forma organizada é um dos principais desafios para o Paraná, afirma Ricardo Neukirchner, presidente do Conselho de Administração da Peixe BR.
Luiz Danilo Muehlmann, coordenador estadual da aquicultura e pesca do Instituto Emater, aponta ainda que a produção paranaense só não cresceu mais em função das temperaturas baixas registradas no último inverno em todo o estado. A produção abastece o mercado interno e parte dos estados vizinhos, principalmente Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

Tilápia responde por 91% da criação total
Entre as variedades cultivadas em todo Paraná, a tilápia representa 91% de toda a criação e está mais concentrada na região oeste. Não à toa, é o principal canal da comercialização das espécies no Paraná, sendo o filé de tilápia congelado o carro-chefe da indústria de processamento no estado.
Já as espécies nativas representam 4,7% da produção e estão concentradas em maior número na região norte. Outras espécies cultivadas são as carpas e os bagres que representam 3,5% e 0,8 % da produção mais ao Sul.
O cultivo das espécies pode acontecer de diferentes sistemas no Estado, e o que predomina é a criação de peixes em tanques de terra ou em viveiros de terra. Mais de 98% da região oeste utiliza esse método. Outro regime utilizado é o desenvolvimento de peixes em tanques-redes, instalados em barragens, como acontece no Vale do Rio Paranapanema.
Luiz Danilo Muehlmann, coordenador estadual da aquicultura e pesca do Instituto Emater, explica que a piscicultura permite a obtenção de renda significativa aos produtores. Com a tilápia, por exemplo, o produtor pode tirar o valor líquido de R$ 0,60 a R$ 1 por quilo de peixe, diz.

 

Atividade cresce na Grande Curitiba
Na região de Curitiba, a piscicultura também vem ganhando cada vez mais espaço nos municípios que compõem a região metropolitana. Em São José dos Pinhais, por exemplo, a Prefeitura criou o Programa Municipal de Piscicultura, que compreende desde a manutenção de tanques até o apoio técnico, beneficiando cerca de 30 produtores rurais por ano e atendendo toda a área rural do município.
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, o Paraná possui grande potencial para a exploração da piscicultura por conta da grande quantidade e qualidade das águas, das coleções de águas disponíveis em represas e das características favoráveis dos solos. 
A região oeste é o maior polo de criação de peixes no estado, representando 69% da produção, com atuação em 48 municípios, próximos a Toledo e Cascavel.