SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito João Doria (PSDB) se envolveu em nova confusão após anunciar apoio de uma celebridade a um projeto da prefeitura.
O caso da vez ocorreu com a ex-jogadora de basquete Magic Paula, citada por Doria como madrinha de um projeto de incentivo ao basquete anunciado pela prefeitura na quinta-feira (20).
Em evento conjunto com o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB), o prefeito anunciou medidas como a reforma da pista de atletismo do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa e a construção de 12 novas quadras de basquete de rua na modalidade 3×3, como preparação para os próximos Jogos Olímpicos.
O prefeito afirmou, então, que o programa relativo ao basquete teria como madrinha a medalhista olímpica Magic Paula.
Na sexta (21), a ex-atleta rebateu a informação em sua página no Facebook dizendo-se “surpreendida” pela citação do prefeito.
“Gostaria de esclarecer que não fui consultada previamente sobre o assunto e que em nenhum momento fiz parte da elaboração deste projeto”, escreveu.
Ela mencionou em seguida que colabora com a cidade através da participação no Conselho Gestor da Secretaria Municipal de Esportes, mas ressaltou: “sempre procurei participar previamente do planejamento das ações onde participei da execução ou da divulgação. Não seria diferente agora.”
Procurada, a prefeitura disse que a menção a Magic Paula foi “uma homenagem”, mas que a gestão municipal ainda pretende aproveitar a experiência da ex-atleta no planejamento do programa. Em nota, disse ainda que o prefeito e o secretário de Esportes conversarão com ela “nos próximos dias”.
OUTROS CASOS
O episódio repete gafes como a que ocorreu em maio entre a prefeitura e o médico e colunista da Folha de S.Paulo Drauzio Varella.
Primeiro, a prefeitura citou Varella em ação judicial para embasar a demanda por internações compulsórias de usuários -das quais o médico, em entrevista, disse discordar. Ele afirmou ter sido citado fora de contexto.
Na semana seguinte, o médico também se disse surpreendido ao ser mencionado como membro de um comitê de notáveis que ajudaria o governo do Estado e a prefeitura no combate à dependência química. Ele negou que um convite formal tenha sido feito.
No início do ano, outra polêmica envolveu o muralista Eduardo Kobra, anunciado por Doria como coordenador do programa Arte Urbana, voltado ao combate à pichação.
Logo após o anúncio, Kobra refutou a informação: “Não tenho nenhum cargo na prefeitura, não vou trabalhar na prefeitura, nada disso”. Ele disse que participou apenas de uma reunião de meia hora com Doria e que “nem sabia o que era o projeto”.
Depois da confusão, o prefeito voltou atrás e disse que Kobra seria uma espécie de “curador” do projeto, à distância.