Começou nesta terça-feira (8/8), em clima de muita descontração e curiosidade, a segunda edição do Diálogo Inter-Religioso, que reúne crianças, professores e pais dos estudantes na Escola Municipal Walter Hoerner, no bairro Mossunguê. Durante mais de uma hora, Ekachakra Pran Das, chefe de família dos Hare Krishna, movimento do hinduísmo monoteísta, respondeu a perguntas variadas das crianças. Ele esteve na unidade com mais quatro seguidores do movimento, dentre eles um jovem monge.

As crianças perguntaram sobre as roupas que eles usam, o que comem, como é o deus Krishna, além de se divertir com o mantra cantado pelo grupo. As perguntas que não puderam ser respondidas pelos visitantes serão esclarecidas pelas professoras.

As crianças têm curiosidade sobre o tema, ainda que sigam outra religião. Antes de começarmos o Diálogo Inter-Religioso, trabalhamos a relação entre as religiões desde o aspecto geográfico, exploramos os animais sagrados e a simbologia, especialmente com as crianças do 4º e do 5º ano, justifica a professora de Ensino Religioso da unidade, Zélia Pompeu de Almeida.

Diversidade

Para as semanas da atividade, que se estende até 1 de setembro, a escola foi decorada com cartazes que ilustram a diversidade religiosa, símbolos, vestimentas e frases elaboradas pelas crianças como Amo Todas as Religiões, Nós Somos Mais do que os Olhos Podem Ver, Amo Minha Vida com Deus, Sou Católica, mas Respeito sua Religião.

Ekachakra está acostumado a ouvir as perguntas de crianças, pois o grupo faz palestras em escolas e outras instituições. Encontros como este representam um despertar espiritual, diz ele.

A diretora Cintia Beatriz Coraiola afirma que a escola decidiu repetir a atividade em 2017 porque o retorno foi bastante positivo. Ela diz ainda que tanto as crianças quanto os pais demonstram que gostam muito da oportunidade de conhecer outras crenças. A escola estendeu o convite para outras unidades da Regional Santa Felicidade. As pessoas têm que conhecer para respeitar. A grande verdade é o amor que está por trás de todas as religiões, resume.

As meninas Graziela do Rocio Gonçalves e Gabriele de Leão, de 10 anos, gostaram da experiência. Achei legal a música e a fala deles, disse Graziela.

Luciano e Bárbara Kanumfre, pais do menino Felipe, moram em Curitiba há um ano e fizeram questão de, mais uma vez, assistir a apresentação na escola do filho. A gente consegue ouvir sobre outras religiões, sem excluir. A criança também tem a sua busca, afirma Bárbara. Desta vez, o casal vai participar também como palestrante. Eles vão falar sobre o cristianismo no dia 15 de agosto.

A programação segue no dia 21 de agosto, com o tema judaísmo, e na última atividade, a religião indígena.