Franklin de Freitas

A cada minuto e meio, uma pessoa é internada em algum hospital do Paraná. De acordo com informações do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2018 mais de 8,5 milhões de pessoas precisaram ser hospitalizadas no estado, ao custo de R$ 11,3 bilhões aos cofres públicos.

Considerando-se a lista de morbidades da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), temos que as doenças do aparelho respiratório e do aparelho circulatório são as principais responsáveis pelas internações, respondendo por 27,3% do total de hospitalizações. Em seguida aparecem, na ordem, os casos de lesões, envenenamento e outras causas externas (como acidentes de trânsito), com 10%; as doenças do aparelho digestivo (9,14%); e os casos de neoplasias (cânceres), com 7,33%.

Especificando ainda mais a pesquisa, podemos descobrir quais as doenças que mais levam os paranaenses aos hospitais. São elas: pneumonia (580.998 hospitalizações), fratura de ossos dos membros (286.3222 internações), insuficiência cardíaca (249.941), bronquite e enfisema (177.178), colelitíase e colecistite (174.776), asma (114.470), traumatismo intracraniano (104.728) e acidente vascular cerebral (95.757).

Importantes destacar, ainda, que se consideradas todas as causas para internações, e não apenas doenças, teríamos como a principal causa para internações os partos e o pós-parto (chamado de puerpério, que é o período que decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação). No período analisado, foram 1.290.867 internações desse tipo, a maioria delas relacionadas a parto único espontâneo (588.612 casos).

Gastos e internações em alta
Os dados levantados pelo Bem Paraná também apontam que o número de internações e o custo decorrente desses atendimentos médicos tem atingido níveis recordes nos últimos anos. Na comparação de 2008 com 2018, por exemplo, houve aumento de 10,9%, com o número de hospitalizações passando de 735.004 para 814.947. O número de 2018 é até menor que o de 2017, mas como os dados do último ano são preliminares a tendência é que ainda subam, batendo o recorde atual, de 836. 059 atendimentos.

Um dado curioso, porém, é que se o número de atendimentos cresceu 10,9%, os custos decorrentes das internações dispararam, saltando 96,9% entre 2008 e 2018 (passou de R$ 684 milhões há 10 anos para R$ 1,35 bilhões no ano passado).

Causas das internações no Paraná
(dados de janeiro de 2008 a novembro de 2018)
Gravidez, parto e puerpério
Internações: 1.290.867

Doenças do aparelho respiratório
Internações: 1.222.008

Doenças do aparelho circulatório
Internações: 1.097.517

Lesões, envenenamento e alguma outra consequência de causas externas
Internações: 853.430

Doenças do aparelho digestivo
Internações: 777.246

Neoplasias (tumores)
Internações: 623.091

Doenças do aparelho geniturinário
Internações: 532.711

Doenças infecciosas e parasitárias
Internações: 464.866

Transtornos mentais e comportamentais
Internações: 286.672

Contatos com serviços de saúde
Internações: 209.676

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
Internações: 199.462

Doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo
Internações: 188.217

Doenças do sistema nervoso
Internações: 165.694

Problemas originados no período perinatal
Internações: 152.530

Sintomias e sinais achados anormais após exames clínicos e laboratoriais
Internações: 145.937

Doenças da pele e do tecido subcutâneo
Internações: 143.834

Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários
Internações: 67.103

Malformação congênita, deformidades e anomalias cromossômicas
Internações: 61.233

Doenças de olho e anexos
Internações: 52.918

Doenças de ouvido e da apófise mastóide
Internações: 13.736

Causas externas de morbidade e mortalidade
Internações: 1.864