Divulgação – A coleção da dupla holandesa Viktor & Rolf faz uma ironia fina para refletir sobre as emoções em tempos de pandemia

Pela primeira vez, a semana de alta-costura de Paris foi digital. Eu, você, qualquer pessoa que gosta de moda ou tem curiosidade poderia ver os desfiles ou o que os substituiu. Não houve público, celebridades, fotógrafos nem correria. Cada um em seu refúgio, assistiu às apresentações em vídeo ou fotos, silenciosamente, sentado no sofá, tomando café. Aliás, os desfiles virtuais estão ainda aí na rede, para todo mundo ver.

A pandemia do coronavírus desglamurizou não só a fashion week, mas a vida em geral. Quando a realidade bate à porta, ser alguma coisa se torna urgente. Parecer já não é tão importante. O espetáculo pode voltar, mas, pelo menos por uma vez, a moda fez um esforço democrático de levar informação para quem a quisesse consumir.

As coleções das grandes maisons continuam sendo exclusivas e inatingíveis para a maioria, mas em pouco tempo, estarão traduzidas e reinterpretadas em araras de fast fashion.

Se bem que o consumo físico também foi impactado. Ter mais, pra quê? O mundo já tem roupa demais, você, provavelmente, tem coisas que nunca usou. Essa pausa é providencial para pensar que ser é melhor que ter. Até a indústria já está sentindo isso na pele e começa a rever seus protocolos de produção, para que o negócio se sustente no futuro. Transformar é preciso.

A Chanel revive mulheres excêntricas, românticas e punks, uma mistura bem ao gosto de Karl Lagerfeld, estilista já falecido da marca

Ralph & Russo sintonizam o novo normal e levam uma modelo virtual a “desfilar” por pontos turísticos pelo mundo – até o Corcovado entrou nessa

A Dior trouxe a delicadeza dos ateliês de Paris em um exposição itinerante com as roupas feitas em tamanho reduzido, usando manequins-bonecas com aproximadamente 1/3 das medidas do corpo humano