O presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina, defendeu ontem na Câmara Municipal de Curitiba um rodízio no funcionamento do comércio durante a pandemia da Covid-19. Segundo ele, essa seria uma das alternativas para evitar maiores prejuízos para a economia da cidade no enfrentamento da pandemia.
“Quantos por cento nós queremos que fiquem em isolamento em casa? Se for 50% é bem simples. Um dia abre uma atividade econômica. No outro dia, outra”, propôs. Turmina sugeriu que a divisão ocorra, por exemplo, conforme o lado da rua, numeração par e ímpar dos imóveis ou pelo registro na Junta Comercial. “Gente, nós quebramos negócios porque não damos esperança à nossa população”, justificou.
“Essencial é aquele que não tem sábado, domingo ou feriado. Trabalha de dia, de noite, não tem horário para nada. Provavelmente esse indivíduo é o intensivista da saúde. O resto não é essencial”, apontou. “Essencial é abrir o meu comércio. Eu tenho membros, lojistas, que faleceram não pela Covid. (Mas de) ataque cardíaco, depressão, porque não sabem o que fazer com a folha de pagamento”, alegou.
“Eu não preciso de 800 farmácias abertas, eu não preciso de todos os pets. Não preciso de todos os vendedores de capinha de celular”, citou. “Pasmem, supermercado já sabe vender por delivery. No domingo já faz delivery. Por que precisa estar aberto todos os dias?”, avaliou Turmina. “Nós estamos falando de um rodízio porque a saúde vai mal. Ontem batemos um novo recorde de óbitos (no país). Daqui a pouco vai fechar tudo de novo”, previu. Numa economia normal, de acordo com ele, a margem de lucro já é “ínfima”. Com as portas fechadas, “vira um pandemônio”.