O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira, 8, que vai alterar o sistema de progressão continuada nas escolas estaduais. Serão ampliados de dois para três os ciclos de repetência do ensino fundamental, que passarão a ocorrer nos 3º, 6º e 9º anos a partir de 2014. Hoje, os alunos podem repetir nos 5º e 9º anos.

Há três meses, o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), anunciou reforma na educação municipal, aumentando de dois para cinco o número de séries com possibilidade de reprovação. O anúncio para a rede estadual foi feito pelo governado Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo secretário da Educação do Estado, Herman Voorwald. Alckmin e Voorwald defenderam que a medida tem sido discutida desde 2011. “(A decisão da Prefeitura) não teve nenhuma interferência porque isso vem sendo discutido há dois anos com a rede. É fruto de uma longa discussão com os professores”, disse o governador de São Paulo.

Aumentar o número de ciclos sempre foi uma decisão delicada por receios de acréscimo nas taxas de repetência, o que colabora com o abandono escolar. Alckmin também negou que essa seja a ideia. “A reprovação cria na criança a cultura do fracasso. Por outro lado, não pode ficar cinco anos sem ter reprovação. Esses três ciclos me parecem um aperfeiçoamento, a ideia não é reprovar.” De acordo com a Secretaria de Educação do Estado, o debate sobre essa mudança teve início em 2011, quando começaram a ser instaladas as recuperações nas férias escolares e aos sábados.

O governo do Estado também anunciou alterações na avaliação dos estudantes. A partir de 2014, a avaliação diagnóstica da rede estadual ocorrerá ao fim de cada bimestre. Os professores terão de fazer um relatório personalizado de aprendizado por discente e um cardápio de ações focadas em sanar as principais dificuldades, segundo a secretaria. Na reforma anunciada por Haddad, o foco na avaliação bimestral também foi um dos pontos.