Levy Ferreira/SMCS

Confirmando seu caráter formador, democrático e abrangente, a Oficina de Música de Curitiba, que acontece entre os dias 16 e 27 de janeiro, atrai o interesse de alunos de diversos estados do Brasil, e também de outros países. O currículo de professores renomados e com experiência internacional funciona como um empurrãozinho a mais para quem vai viajar por quase sete horas para participar do evento, que chega a sua 36ª edição neste ano. 

“A troca de experiência entre alunos e professores é única. Conviver com outros instrumentistas durante esse tempo só nos faz crescer”, diz Mateus Vieira, de 14 anos, que vem de ônibus de Tatuí (SP) para a sua segunda edição da Oficina de Música de Curitiba. Nascido numa família de músicos, Mateus é violinista e fará o curso de violino erudito, já pensando em um trabalho orquestral no futuro.

Henrique de Lima Oliveira Silva tem 24 anos e vem de São Paulo para participar pela primeira vez da Oficina. Também violinista, o jovem cursa Bacharelado em Música na Universidade Estadual Paulista (Unesp), toca na Orquestra Sinfônica de Heliópolis e espera que a imersão musical eclética o ajude em sua formação.

“Pelo que vi, a música erudita se mistura com a popular. Este intercâmbio é muito rico, por isso minha expectativa é alta”, conta. O contato direto com professores que admira, como o gaúcho Cármelo de los Santos, é um ponto extra. “Isso não se aprende na internet. Eventos assim, em que há uma convivência por algum tempo, são muito mais humanos”, diz o violinista.

Quem também vem de São Paulo é a pianista Gabriela de Moraes Donasé, de 24 anos. Ela ficou sabendo da Oficina de Música pelas recomendações do cunhado, violoncelista.

“Será meu primeiro festival de música. Espero conhecer outros pianistas, ter contatos com novos professores e fazer com que o evento seja um trampolim para que eu consiga estudar fora do país”, diz Gabriela, que se inspira em Debussy, Chopin, Prokofiev e Lili Boulanger. “Apesar do deslocamento e dos gastos, é um investimento. Você impulsiona sua carreira”, conta a jovem.

Os três alunos também pretendem acompanhar “todos os concertos possíveis” (o multi-instrumentista Arismar do Espírito é uma unanimidade) e aproveitar os momentos de folga para conhecer pontos turísticos de Curitiba.

De todo canto

A 36ª edição da Oficina de Música de Curitiba recebeu, ao todo, 1.985 inscrições. O Paraná lidera, com 1.166 alunos, seguido por São Paulo (267), Santa Catarina (98) e Rio Grande do Sul (61).

Músicos de outros 18 estados, de todas as regiões do Brasil, também estarão presentes. Em termos internacionais, a Argentina lidera o ranking de inscritos, com 46 alunos. O Paraguai tem 11, seguido por França (4) e Uruguai (4). Alunos da Bolívia, Canadá, Holanda, Estados Unidos, Itália, México e Polônia estão confirmados.