Franklin de Freitas – “O senador Alvaro Dias (Pode): u201cMe deixem fora das brigas paranaensesu201d”

Apesar da notável proximidade entre Podemos e PDT no Paraná, o senador Alvaro Dias (PODE), pré-candidato à presidência da República, ainda tem cautela em mencionar a provável aliança com seu irmão, Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao governo do Estado. Em evento ontem, em Curitiba, Alvaro pediu tempo para decidir. O presidenciável disse que seu projeto nacional é mais importante. Nenhum dos pré-candidatos ao governo do Estado compareceu ao evento “suprapartdiário” que reuniu centenas de políticos. 

“Nós estamos aguardando o momento para definição em relação à eleição estadual. Tenho pedido um tempo para que nós possamos acomodar o nosso projeto nacional em primeiro lugar. Essa é nossa missão agora, arrumar as coisas no Estado para saber com quem nós vamos caminhar na direção do Palácio do Planalto. Primeiramente os nossos olhos estão voltados para o Palácio do Planalto. Os paranaenses sabem o que fazer, estão com os olhos voltados para o Palácio Iguaçu que é muito importante, mas eu tenho pedido paciência, tenho pedido calma. Porque esta é a hora de construir a unidade em torno do projeto nacional. Depois nós vamos proceder em relação à eleição estadual”, prorroga. 

Procurado pelo Bem Paraná para comentar a posição do irmão, Osmar foi sucinto. “O Alvaro tem o meu apoio como sempre teve”, disse.

A notável presença de integrantes do PDT no evento, incluindo o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, não significa ainda uma união das legendas para a campanha, segundo Alvaro. “Todos os partidos (estão aqui), com exceção daqueles que nós já conhecemos e que naturalmente não são bem-vindos, mas todos os outros são bem-vindos e estão se aproximando, obviamente, entendendo a importância histórica do momento que nós estamos vivendo. É a primeira grande oportunidade que o Paraná tem”, disse. 

Tucanos
Eleito e reeleito senador pelo PSDB, Alvaro admitiu ainda estar em conversa com o partido nacionalmente para tentar viabilizar uma aliança, mas negou aceitar a vaga de vice em eventual chapa com tucanos. “Qualquer um que esteja disposto a refundar a República, estamos conversando”, disse. 

No âmbito estadual, Alvaro comentou com ressalva as denúncias contra o ex-governador Beto Richa, pré-candidato ao Senado e presidente do PSDB no Paraná, que constam na delação do ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação, Marcio Fanini, divulgada nesta semana. “Agora a questão é com ele e a Justiça, não me cabe fazer qualquer avaliação. O momento é de unidade no Estado. Vocês (jornalistas) não vão conseguir me jogar nessa armadilha de atacar um ou outro. Acho que há um projeto nacional que é mais importante, por isso me deixem fora das brigas paranaenses”, recua. 

Uma das pré-candidaturas mais convencidas em apoiar Alvaro nacionalmente é da deputada federal Christiane Yared (PR), que adiantou sua posição. “Eu apoio Alvaro incondicionalmente, tem perfil de presidente”, disse. O senador, no entanto, mais uma vez, Alvaro evitou ter seu nome ligado a outros candidatos, apesar de aceitar os apoios. “Temos que apoiar obviamente aqueles que assimilam a nossa proposta de refundação da República, recomendando de modo geral. Ainda não sei quais são os candidatos. Yared tem nossa simpatia, tem nosso entusiasmo, é um grande nome, como é Oriovisto e outros que certamente se apresentarão. Ainda não sei quais serão os candidatos, falou em 12, e eu sinceramente não sei ainda (quem são)”, revela. 

Desafio é ficar conhecido fora do Estado

Apesar da presença de pedetistas entorno de Alvaro Dias (Pode) no evento, apoiadores do pré-candidato ao governo Ratinho Junior (PSD) também marcaram presença. Os próprios organizadores do evento demonstram maior afinidade com Ratinho. Pouco depois de promover evento em apoio a Alvaro, integrantes do Movimento Pró-Paraná, também formado por empresários, receberam Ratinho em um ciclo de debates durante a tarde. Antes disso, o presidente do movimento, Marcos Domakoski, também ex-presidente da ACP, enfatizou que o apoio a Alvaro não o liga a Osmar Dias. 

“Não, são coisas absolutamente diferentes. Temos uma união dos paranaenses em torno da candidatura de Alvaro Dias. Na disputa aqui no Paraná você tem várias facções políticas que estão cada uma defendendo seu candidato”, disse.

O Paraná é reduto eleitoral de Alvaro Dias. Em 2014, recebeu 77% dos votos válidos ao Senado. Ele admite que ainda é desconhecido no resto do Brasil, mas disse não ver isso como desvantagem. “É ter o tempo e os espaços de comunicação para levar a mensagem. Eu creio que ser desconhecido em alguns momentos é até favorável. Os que são extremamente reconhecidos é porque já foram reprovados em eleições anteriores ou porque envolveram em escândalos de corrupção. A vantagem, até certo ponto, é ser desconhecido e se fazer conhecido positivamente. A semente cai em terreno fértil, o Brasil está esperando uma mudança. Este ano é o encontro da verdade. O Brasil se encontra com a verdade”, disse.