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Hassan Diab, primeiro-ministro do Líbano, anunciou nesta segunda-feira (10 de agosto) a dissolução de seu gabinete e renunciou ao cargo que ocupava. Em pronunciamento à televisão, o político ainda afirmou que a tragédia da última semana, no porto de Beirute, foi resultado de uma “corrupção endêmica” e disse ainda que tomava a decisão de renunciar para “caminhar com o povo”.

Nos últimos dias, diversos membros da equipe de Diab começaram a renunciar em resposta a protestos realizados durante o final de semana. Nas explosões em Beirute, pelo menos 160 pessoas morreram e mais de 5000 ficaram feridas. Além disso, mais de 300 mil libaneses ficaram desabrigados.

Em seu discurso, Hassan Diab disse que “as vozes e as críticas” contra sua gestão não cessavam e afirmou que a esperança de seu governo era a mudança que os libaneses estão pedindo. “Mas entre nós e as mudanças há um muro muito grande protegido por uma classe que luta com meios não muito corretos e domina a sociedade desse país. O sucesso desse gabinete era a mudança. Por isso anuncio a demissão te todo o gabinete. Que Deus abençoe o Líbano”, afirmou Diab. “A maioria vive em outro mundo, não se importa com o que aconteceu. Só quer tirar vantagem política. Eles têm que ter vergonha deles mesmo. Só Deus sabe quantas tragédias ainda estão encobertas pela corrupção deles”, completou.

Ainda segundo o ex-premirê, o seu gabinete “fez todo o esforço para traçar uma estratégia contra a corrupção” e deuy tudo de si “para salvar ewsse país”. Também reclamou da falta de união entre “os que querem o bem desse povo”, cuja população vive, em sua maioria, na linha de pobreza.

As causas e os responsáveis pelas explosões da última semana ainda estão sendo investigados. A investigação apura as possibilidades de interferência externa, negligência ou acidente.