RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Com a escalada dos preços do petróleo e menores provisões para perdas do que em anos anteriores, a Petrobras fechou 2018 com lucro de R$ 25,8 bilhões.

Esse foi o primeiro resultado positivo desde 2013, antes da descoberta de esquema do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

“A performance da Petrobras no ano que passou foi indiscutivelmente a melhor em muitos anos”, escreveu o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, em mensagem que acompanha o balanço divulgado nesta quarta-feira (27).

Com o resultado, a empresa distribuirá R$ 7,1 bilhões em dividendos.

O desempenho foi impulsionado pelo aumento de 50% no preço médio do petróleo, em reais, em comparação com o ano anterior.

Mesmo com queda de 5% na produção de petróleo e gás em 2018, o lucro da área de exploração e produção cresceu 97% no ano, para R$ 44,2 bilhões.

Por outro lado, resultado sofreu impacto negativo de provisões no valor de R$ 7,4 bilhões, principalmente para litígios com a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e com a americana Vantage Drilling, além R$ 7,6 bilhões em baixa no valor de ativos, como campos de petróleo e navios.

Segundo a empresa, sem considerar o impacto de itens especiais, como as provisões e as baixas contábeis, o lucro anual seria de R$ 35,9 bilhões.

No quarto trimestre, quando a maior parte das provisões foi feita, o lucro da Petrobras foi de R$ 2,1 bilhões, contra prejuízo de R$ 5,4 bilhões no mesmo período do ano anterior.

Com preços dos combustíveis 32% acima da média do ano anterior, a receita da companhia cresceu 23% em 2018, para R$ 349,8 bilhões.

O resultado da área de refino e gás, porém, caiu 38%, para R$ 8,4 bilhões, refletindo menores margens na venda dos produtos.

O Ebitda (indicador que mede a geração de caixa) foi de R$ 114,9 bilhões em 2018, alta de 50% com relação ao ano anterior.

Pelo quarto ano consecutivo, a companhia teve um fluxo de caixa positivo -isto é arrecadou mais do que gastou- atingindo o valor recorde de R$ 54,6 bilhões.

Nas gestões petistas, a empresa passou anos gastando mais do que arrecadava, o que contribuiu para a elevação de sua dívida.

Principal foco de atenção do comando da empresa nos últimos anos, o endividamento líquido caiu 4% no ano, para R$ 268,8 bilhões.

A relação entre dívida e Ebitda, que indica a capacidade que uma companhia tem de honrar seus compromissos, foi de 2,34 vezes, contra 3,67 vezes em 2017.

Em 2018, a empresa arrecadou R$ 20,2 bilhões com venda de ativos, recursos que foram usados para pagar dívidas.

“Celebramos os bons resultados de 2018, mas não podemos nos limitar à visão interna, à comparação conosco mesmo em anos anteriores. Ampliando nosso horizonte para a indústria de petróleo global, reconhecemos humildemente que estamos muito aquém do desejável”, afirmou Castello Branco.

Ele vem defendendo ampliar a venda de ativos.

Na terça-feira (26), a companhia confirmou que estuda novos planos de demissão voluntária e que vai fechar sede administrativa em São Paulo. Há estudos para a redução da estrutura em outras cidades, como Nova York.