Franklin de Freitas – O apartamento que explodiu no Água Verde

Sete meses após a explosão em um apartamento no Água Verde que matou Mateus Lamb, 11 anos, e deixou duas pessoas feridas gravemente, a Justiça do Paraná realizou, nesta quarta-feira (5), a primeira audiência de instrução do caso. São réus neste processo o casal dono da Impeseg, José Roberto Porto Correa e Bruna Porto Correa, e o técnico Caio Santos. A empresa foi contratada pela família para impermeabilização de um sofá. Os produtos químicos foram apontados pela perícia como a causa da explosão. A acusação é de homicídio qualificado. Na denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), as qualificadoras contra o casal foram por motivo torpe e uso de meio explosivo. No caso do técnico Caio Santos, a qualificadora é apenas uso de meio explosivo.

Foram ouvidas sete testemunhas de acusação, entre elas as vítimas Raquel Lamb, 23 anos, e o marido dela, Gabriel de Araújo, 26 anos, que ficaram gravemente feridos no incidente. Os três réus estavam presentes. Eles só saíram da sala no depoimento do casal proprietário do apartamento, a pedido dos mesmos. Raquel, aliás, chorou muito durante o depoimento. No fim da audiência, ela falou com a imprensa. “ Eu espero que eles sejam julgados, que a justiça seja feita. Nenhuma pena será maior que a nossa família está sofrendo. Nós não temos mais nosso irmão”, disse ela.

Durante a audiência, ex-funcionários confirmaram que os donos sabiam dos riscos do produto e não informavam os consumidores. Gabriel reafirmou que o funcionário Caio não falou nada sobre os cuidados com o produto, entre outras informações. O delegado Adriano Chohfi da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam), responsável pela investigação do caso, falou sobre a falta de segurança constatada na aplicação do produto.

No dia 10 de março, a Justiça ouvirá as testemunhas de defesa.  Ao final da instrução penal, o juiz decidirá se os acusados devem ir ao Tribunal do Júri.