Franklin de Freitas

Alijado da primeira-secretaria da Assembleia Legislativa depois de oito anos no cargo, o deputado estadual Plauto Miró Guimarães (DEM) deu um aviso aos colegas, em discurso na tribuna do plenário da Casa, ontem: “Vi muita coisa, escutei muita coisa. Tomei o cuidado, nesses oito anos de tirar cópia de todos os documentos que tramitaram na Assembleia Legislativa. Tenho fora da Assembleia todas as informações destes oito anos, até mesmo por precaução”, alertou.

Documentos
A primeira-secretaria é o segundo cargo mais importante da Assembleia, ficando abaixo apenas da presidência. O primeiro-secretário é responsável pela administração da Casa, incluindo verbas, contratos, além de ter o poder de nomear dezenas de cargos. Plauto ocupava o posto desde 2011, mas eleição da Mesa Executiva deste ano perdeu a vaga para o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB) e acabou ficando com a 1ª vice-presidência. “A gente sabe que dentro do poder público muitas vezes os papéis somem, desaparecem. Muitas vezes quando você precisa se defender, nem sempre de acusações de irregularidades, mas uma série de questões que possam acontecer, você precisa ter documentos que na administração ela pode ter sumido”, alegou o parlamentar.

Copel
Plauto afirmou ainda que agora, como não faz mais parte da Mesa Executiva, vai usar a tribuna para “falar e fiscalizar”. Ele anunciou a apresentação de dois requerimentos pedindo informações do governo sobre o número de ex-governadores e viúvas de ex-governadores que recebem aposentadoria. Recentemente, o governador Ratinho Júnior (PSD) apresentou projeto para extinguir o benefício. Plauto também apresentou outro requerimento pedindo informações sobre o número de diretorias da Copel e sobre o valor dos salários recebidos pelos ocupantes desses cargos. “Ouvi falar que na Copel, diretores recebem dezesseis salários por ano. São valores significativos. Dizem que tem diretor que ganha R$ 80 mil por mês”, comentou ele.

Comissão
O deputado estadual Fernando Francischini (PSL) foi confirmado hoje como o novo presidente da Comissão de Constituição e Justiça — a mais importante da Assembleia Legislativa — em eleição sem adversários. Na véspera, o deputado Nelson Justus (DEM), que presidia a CCJ desde 2011, desistiu da disputa, alegando pressão do governo Ratinho Júnior sobre os parlamentares em favor da candidatura de Francischini. O líder do governo na Casa, deputado Hussein Bakri (PSD), negou interferência do Palácio Iguaçu na disputa, mas declarou voto em Francischini. Além do deputado do PSL na presidência, o deputado Marcio Pacheco (PDT) foi eleito vice-presidente da comissão. Coube a Justus instalar a sessão e colocar em votação a chapa única.

Elegância
Depois de eleito, Francischini fez um breve discurso, elogiando a “elegância” e o “espírito de equipe” de seu antecessor na construção do consenso, prometendo conduzir os trabalhos independentemente de disputas partidárias ou ideológicas. O novo presidente afirmou ainda que se empenhará no desenvolvimento de uma parceria com o governo do Estado “pelo bem do Paraná”, visando a recuperação da economia.

Reforma
O governo encaminhou ontem à Assembleia Legislativa o projeto de lei da reforma administrativa. A entrega foi feita pelo chefe da Casa Civil, Guto Silva, e pelo secretário de Planejamento, Valdemar Bernardo Jorge, ao presidente da Alep, Ademar Traiano. A proposta de reformulação da administração direta do Executivo deve economizar R$ 10,5 milhões anuais e reduzir 313 cargos.