Uma simples olhada no noticiário revela o momento sombrio pelo qual passam as mulheres e dá uma pista de como elas têm sido vítimas cada vez mais freqüentes daqueles que por muitas vezes estão dentro de casa. São diversos e variados os tipos de covardia e dramas. As histórias são cada vez mais assombrosas.   
 Reféns de padrões de beleza e muitas vezes com orçamentos limitados, mulheres e mais mulheres se submetem a tratamentos duvidosos, arriscados e em algumas vezes mortais. O caso do “Dr. Bumbum” ganhou as manchetes e alavancou uma série de denúncias de situações de procedimentos mal sucedidos, mas também de crimes como uso de material proibido, falso exercício da medicina cometido, inclusive, por outras mulheres. 
Tem mais e os exemplos não se restringem ao Brasil. Na França, uma mulher foi agredida na frente de vários clientes de um restaurante após reclamar de uma cantada obscena de um homem que passou por ela na rua. O rapaz simplesmente retornou e deu-lhe uma bofetada sem nenhuma cerimônia. Calmamente, o homem se virou e saiu andando para a revolta dos clientes do estabelecimento. 
 Ainda no cenário internacional, no continente europeu, um estudo promovido pelo governo britânico revelou que funcionários de instituições de ajuda humanitária eram suspeitos de estuprar mulheres pobres e vulneráveis que vinham ali naqueles homens uma oportunidade de salvação. Mas se depararam com monstros que tiveram sexo em troca de ajuda humanitária. Há relatos até de desvio de dinheiro vindo de doações para contratação de prostituição. Definitivamente: está tudo errado.    
As instituições e organizações de ajuda humanitária envolvidas com tais crimes teriam sido complacentes quando omitiram abusos e pensando mais em resguardar a reputação do setor do que com a missão que deveriam cumprir. 
Chegando em nosso quintal, mas especificamente no Estado do Paraná, nos deparamos com a morte da advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos. Após uma discussão que começou no bar com o marido terminou de forma trágica dentro de casa. Ela morreu ao cair ou ser jogada do prédio onde moravam na cidade de Guarapuava. O inquérito foi concluído ontem pela Polícia Civil que indiciou Luis Felipe Mainvailer, de 32 anos, marido da advogada, pelo crime de feminicídio. Foi apenas mais um. 
Só nos primeiros três meses de 2018 foram contabilizados seis casos de feminicídios – o dobro do registrado no mesmo período em 2017. Em 2015 nos tornamos conhecedores deste termo. O feminicídio foi incluído no Código Penal como crime hediondo sendo uma atenuante do artigo 121 que versa sobre homicídios. A qualificadora é imposta quando uma mulher morre em razão do gênero. 
Jogar holofotes nesta discussão é fundamental para criação de políticas públicas que venham ao encontro de combater de forma direta estes atos covardes. 

Osmar surpreende e abre mão do MDB de Requião
Desde o início das costuras políticas apostava-se que Osmar Dias (PDT) se abraçaria ao MDB do senador Roberto Requião na corrida pelo Palácio Iguaçu. Não pela simpatia do pedetista para com Requião – longe disso. Mas muito em função do tempo de televisão que agregaria à campanha de Osmar Dias, fator este extremamente importante numa disputa majoritária. Contrariando todas as expectativas e de posse de inúmeras pesquisas quantitativas e qualitativas o pré-candidato ao Governo surpreendeu e ontem deu as costas oficialmente ao MDB de Requião. Anunciou que não haverá aliança entre PDT e MDB. 
Além das pesquisas internas, que mostravam rejeição ao nome de Requião na chapa, Osmar Dias levou em consideração outros fatores: o primeiro deles diz respeito ao inquérito 4.673 que tramita em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Dias Toffoli. O inquérito é um desdobramento da operação Carne Fraca deflagrada pela Polícia Federal que investiga o escândalo de adulteração da carne envolvendo as gigantes do setor. Em delação premiada já homologada pelo STF o nome de emedebistas são citados – alguns deles como destinatários de propinas. Temendo alguma futura ação policial ou judicial, Osmar Dias colocou estes fatos de um lado da balança e o tempo de televisão no outro. E diante de um eleitorado ávido por medidas saneadoras de corrupção, o pedetista optou por falar menos na propaganda eleitoral do que ter que usar o tempo, ou grande para dele, para explicar a aliança com o MDB.      
Um cenário previsto sobre Osmar Dias lá no início das conversas políticas sobre a eleição que se avizinha se confirmou: o pedetista teria pouquíssimos aliados na chapa. Até ontem às 20h esta máxima se confirmava. Digo e friso que até as 20h de ontem porque neste mesmo horário os caciques do PP, PSB, DEM e PPS estavam reunidos tratando das costuras políticas. Há fontes que contam que o PDT pode herdar alguns partidos para ganhar musculatura e estrutura neste primeiro turno. Claro que nada é de graça. Os caciques já pensam a médio e longo prazo: no dia 8 de outubro, um dia após o 1º turno e o início da aliança para a reta final da eleição; e em 1º de janeiro de 2019 na formação de um novo governo.