Um conselheiro do presidente da Turquia Tayyip Erdogan veio a público nesta segunda-feira (22 de outubro) para rejeitar a afirmação do governo da Arábia Saudita sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi, de quem Aktay era amigo. 

De acordo com o conselheiro do presidente turco, a afirmação de que Khashoggi morreu durante uma briga no consulado saudita em Istambul seria uma espécie de zombaria com a opinião mundial.

Colunista do jornal "Washington Post" e crítico do poderoso príncipe herdeiro saudita, Khashoggi desapareceu três semanas depois de entrar no consulado saudita em Istambul para obter documentos para se casar. 

Inicialmente, os árabes alegaram que o jornalista havia deixado o consulado vivo. Na última sexta-feira, contudo, disseram que ele morreu após uma briga com pessoas que estavam no consulado.

"É impossível não se perguntar como pode ter havido uma 'troca de socos' entre 15 combatentes jovens especializados… e Khashoggi, de 60 anos, sozinho e impotente", escreveu Yasin Aktay, conselheiro do presidente turco e amigo de Khashoggi, no jornal pró-governo "Yeni Safak".

Segundo Aktay, a história contada pelas autoridades de Riad é uma ficção montada às pressas após ficar claro que os detalhes do incidente virão à tona. "Quanto mais se pensa nisso, mais parece que se está zombando da nossa inteligência", escreve o conselheiro de Erdogan.

Mais cedo, outra autoridade turca, Omer Celik, porta-voz do partido governista da Turquia, já havia declarado que a morte de Khashoggi havia sido "planejada com selvageria" e que "esforços consistentes foram feitos para esconder esse assassinato".

Fontes turcas, inclusive, dizem que as autoridades do país que investigam o caso já possuem uma gravação de áudio que documenta o assassinato do jornalista de 59 anos, que foi assassinado dentro do consulado e teve o corpo retalhado. O próprio Erdogan, inclusive, prometeu divulgar informações sobre a investigação em curso amanhã (23 de outubro).