O Atlético e o Cortiba perderam um mando de campo cada um, no Brasileirão. Os dois foram julgados na tarde de sexta-feira (24) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), devido ao confronto entre as torcidas dos dois clubes, onde várias bombas e diversos objetos foram atirados na divisa entre as torcidas.


Os dois clubes foram denunciados no artigo 213 – não prevenir e reprimir o lançamento de objeto no campo ou local de disputa do evento desportivo – do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Além da perda de mandos, o Atlético terá de pagar uma multa de R$ 20 mil e o Coritiba pagará R$ 10 mil.


No julgamento de sexta-feira, o Atlético foi defendido por Domingos Moro. Em dado momento, ele desafiou os demais presentes a achar duas bombas que ele mesmo havia escondido – uma no sapato e outra em uma carteira de cigarros. O Coritiba, por sua vez, foi defendido por Itamar Cortes.


 “Era um julgamento extremamente difícil, estávamos preparados para uma punição
superior. Fizemos o possível e o impossível”, disse Domingos Moro, a uma rádio de Curitiba, após o julgamento. A pena prevista era perda de mando de campo de uma dez jogos e pagamento de multa.


Com a punição, os dois times terão que mandar seus jogos a pelo menos 100 km de Curitiba, mas com a presença da torcida. Londrina, Maringá e Joinville são opções de cidades que podem receber os jogos da dupla. Segundo Moro, isso não deverá acontecer de imediato, uma vez que a CBF tem cinco dias úteis para executar a perda do mando de campo, a partir do momento em que foi oficialmente notificada pelo STJD – o que, segundo Moro, só deve acontecer na próxima semana. “Sexta-feira chuvosa, no Rio de Janeiro, não acontece absolutamente nada (em termos de andamento de processos)”, disse ele. “Talvez (a perda de mandos) fique duas semanas daqui para a frente, o que justificaria o efeito suspensivo, porque o efeito da pena não é imediato”, afirmou.


Os clubes ainda podem recorrer ao pleno do STJD. Moro diz que ainda vai aguardar uma posição do Atlético para ver se recorre. Já o Coritiba prometeu um recurso. “Já temos posição definida: um recurso com pedido de efetio suspensivo até a análise do STJD”, falou o diretor jurídico do Coritiba, Gustavo Nadalin. “O Coritiba não era mandante, não tinha poder de polícia, não tinha como levar sua própria equipe de seguranças para revistar ou afastar o tumulto. E foi punido da mesma forma”.


Tanto a decisão quanto o trâmite do processo receberam críticas. “Esse processo vai ser rediscutido, sabíamos que iria servir de exemplo. O jogo foi no domingo, a denúncia foi elaborada na terça e o julgamento na sexta. Isso não existe em lugar nenhum do mundo. Parabéns a Justiça pela meteórica resposta”, afirmou Domingos Moro. “Esse procedimento fora do comum contrariou o próprio entendimento dela em casos análogos e não teve o mesmo entendimento”, atacou Nadalin. “No Atlético e Corinthians, foi registrado que um torcedor do Corinthians atirou uma cadeira na torcida adversária e o Corinbtriahs foi absolvido”.