Franklin de Freitas – Momento em que Edison Brittes chegou ao Fórum de SJP

O início da primeira fase de audiências na Justiça do caso da morte do jogador Daniel Corrêa Freitas, nesta segunda-feira (18), foi destaque em praticamente todos os jornais e emissoras de rádio e televisão de Curitiba e do Paraná neste início de semana. Dezenas de repórteres se colocaram na porta do fórum de São José dos Pinhais. A cobertura remete a outros casos de grande repercussão jornalística no Estado, como da médica Virgínia Soares de Souza, inocentada da acusação de matar pacientes na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Evangélico; e da morte da menina Tayná Adriane da Silva, que ainda está sem solução, mas que acabou por condenar policiais acusados de torturar suspeitos do crime.

Com destaque que envolve também a imprensa nacional, as sessões de instrução do caso na 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais começaram na tarde de ontem e devem durar ao menos três dias devido ao grande número de testemunhas e mobilização de todos os envolvidos.

A maioria das testemunhas é de conhecidos dos réus e da vítima e devem expor à Justiça informações sobre condutas e qualquer outro detalhe que ajude a traçar o perfil dos envolvidos. Edison Brittes Junior; a esposa e a filha, Cristiana Rodrigues Brittes e Allana Emilly Brittes; David Willian Silva; Eduardo Henrique Ribeiro da Silva; Ygor King e Evellyn Brisola Perusso são os réus no caso.

No primeiro dia foram ouvidas apenas quatro testemunhas de acusação. As audiências de instrução marcam o início do procedimento que define se o caso vai ou não a Júri Popular.

Defesa e acusação
O momento também encontra embates entre defesa e acusação, que aproveitam a presença da imprensa para expor suas teses. Para a defesa, Daniel provocou toda a situação, e que teria tentado violentar Cristiana. Para a acusação, isso é uma afronta à memória do jogador.

‘Quero olhar na cara deles’, diz mãe de jogador
O início das oitivas do Caso Daniel teve atraso de aproximadamente duas horas, em razão do voo da mãe do jogador, Eliana Aparecida Correa Freiras, que teve o horário alterado. Ela veio de Minas Gerais por fazer questão de prestar depoimento como testemunha de acusação. No primeiro dia, ela não prestou depoimento, mas esteve a tarde toda presente em uma sala ao lado da sala de audiências.

“Quero olhar na cara deles. Pra eu ver quem são essas pessoas que tiveram coragem de fazer isso com meu filho”, disse. Em entrevista à RPC-TV, Elaina disse que tem pena da família Brittes. “Eu tenho pena deles. Eu sinto pena. Pena, porque que vida eles vão ter? A sociedade toda discrimina. Isso não tem mais vida. Eles tem uma outra filha que vai saber pelos coleguinhas que tem pai e mãe na cadeia. Que o pai matou uma pessoa, torturou. A frieza com que fizeram, com que me trataram, me ligaram falando que estavam rezando para não ser ele e já sabiam que ele já estava morto. Vieram me oferecer ajuda, que o que a gente precisasse aqui em Curitiba, que eles estavam às ordens, que o Daniel era um querido. Um querido que eles mataram”, disse Eliane, emocionada.

Assim como ela, os réus, mesmo sem obrigação de participar, também comparecerão às audiências. Ao todo 48 testemunhas, sendo 14 da acusação, que são ouvidas primeiro, e as outras da defesa, para serem ouvidas pela juíza Luciani Martins de Paula, titular da 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais do município onde o crime aconteceu.