Franklin Freitas

A fase de audiências de instrução na Justiça do caso que investiga a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas foi dividida em duas etapas e será retomada somente em abril, quando serão ouvidas as testemunhas de defesa de três integrantes da família Brittes e mais quatro réus no processo. Em três dias de audiências na 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais do Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, 13 testemunhas de acusação foram ouvidas. A 14ª testemunha relacionada pelo Ministério Público, uma menor de idade que esteve na casa da família Brittes na noite do crime, vai prestar depoimento por carta precatória no dia 26 de fevereiro. Ela também está na lista de 48 testemunhas de defesa. São 17 relacionadas por Edison Brittes, réu que confessou ter espancado, decepado e matado Daniel, 16 de Allana Brittes, e 15 de Cristiana Brittes.

Foram ouvidos ontem o delegado Amadeu Trevisan, responsável pelo inquérito, e Marcelo Brandt e Izaudino Reis, policiais que trabalharam no caso. Foram os depoimentos mais longos até agora. O delegado falou por três horas e o investigador Marcelo, por quatro horas. Eles foram até casa dos Brittes em 31 de outubro e fizeram o primeiro contato com a casa, o local do homicídio, onde o corpo foi encontrado e até a ponte onde Edison Brittes indicou ter jogado a faca utilizada. Como testemunhas, os policiais relataram como conduziram as investigações e trouxeram relatos das primeiras declarações de Edison Brites.

No depoimento, o delegado Amadeu voltou a enfatizar que Cristiana Brittes poderia ter impedido o crime. “Tinha que ter se colocado na frente, tinha que ter impedido. A única coisa que ela pede é que eles não cometam o fato dentro da casa dela ”, disse o delegado.

As 81 testemunhas de defesa dos sete réus devem ser ouvidas nos dias 1º, 2 e 3 de abril. O número elevado de testemunhas levou a juíza Luciani Martins de Paula a amplicar a fase de instrução. De acordo com a assessoria do advogado Claudio Dalledone Junior, que defende a família Brittes, é comum que casos de homicídio tenham grande número de testemunhas.

O caso específico tem ainda mais em razão do número de pessoas que presenciaram os crimes. De acordo com o Ministério Público, de 11 a 14 pessoas tem informações diretas sobre a ocorrência. Além disso, nesta fase de instrução de julgamento é quando a juiza toma conhecimento de tudo que ocorreu. São ouvidos peritos, policias, testemunhas do crime, além das testemunhas abonatórias, familiares, amigos e conhecidos que são chamados apenas para atestar conduta e história dos envolvidos. A intenção, segundo a defesa, é “separar o momento da violenta emoção daquilo que o réu é na essência”. Além disso, a “complexidade de divergencias encontradas” também demandaria grande número de depoimentos.

Nesta fase, os depoimentos também são extensos, já que a acusação faz perguntas e a defesa também. O objetivo da instrução é conduzir o juiz ou juiza a caminhar pelo momento do crime.

Sete pessoas foram denunciadas pelo assassinato de Daniel, que aconteceu na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, no fim de outubro do ano passado. São elas: Edison Luiz Brittes Júnior, Cristiana Rodrigues Brittes, Allana Emilly Brittes, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Ygor King, David Willian Vollero Silva e Evellyn Brisola Perusso. Dos réus, apenas Evellyn responde ao processo em liberdade.