“Tranquila”. Essa foi a palavra que Charles Hembert usou para descrever a sua experiência como técnico do São Paulo pela primeira vez. Auxiliar de Rogério Ceni, o francês substituiu o chefe porque este estava suspenso e esteve à beira do gramado no clássico desta segunda-feira contra o Santos, com vitória são-paulina por 2 a 1. Ele disse que estava despreocupado antes da partida em virtude da estratégia bem desenhada pelo chefe durante a semana.

“Eu fui apenas uma ponte entre a estratégia do Rogério e os jogadores, que executaram bem o que a gente tinha estabelecido durante os treinos”, explicou Hembert. “Foi uma situação muito tranquila porque conseguimos executar o que tinha sido decidido”, continuou o auxiliar, de 30 anos.

Charles disse que trabalha de oito a dez horas com Ceni por dias. Os dois estão juntos desde 2017, quando o ex-goleiro deu início à sua carreira de técnico. Até por isso, ele não precisou de tantas orientações do técnico em sua missão de substituí-lo à beira do gramado.

“Não vou usar a palavra telepatia. Não vou dizer que a gente pensa da mesma maneira, porque não pensamos da mesma maneira nós somos mais fortes, mas tudo já foi planejado antes do jogo. Já tínhamos planejado tudo. Nem precisamos conversar”, contou.

Segundo o auxiliar, atacar pelos lados foi um dos principais planos traçados pela comissão técnica para o clássico, dada a configuração tática do Santos. “Foi um ponto no qual a gente tentou explorar o máximo possível”. Ele também deu destaque à bola aérea, um dos pontos fortes do São Paulo. Foi pelo alto que nasceu o primeiro gol do triunfo, anotado por Calleri, de cabeça.

“Mas tentamos sempre procurar diversificar as maneiras de fazer gols para sermos um time menos previsível possível e termos mais atributos a nosso favor”, avisou o francês.

Charles Alexandre Patrice Francis Hembert conheceu Rogério Ceni na Copa América Centenário, nos Estados Unidos, em 2016, quando o ídolo são-paulino, que na época se preparava para se treinador, foi o auxiliar pontual do técnico Dunga.

Hembert trabalhava na Pitch International, empresa que organizava os amistosos da seleção brasileira. Assim que recebeu uma proposta do São Paulo, Ceni chamou o francês para ser seu companheiro.

Escudeiro de Ceni em todos os clubes (São Paulo, Cruzeiro, Fortaleza e Flamengo), Charles dirigiu o São Paulo, mas sua experiência como treinador nesta noite não foi a primeira. No Fortaleza, Hembert substituiu o chefe em dois jogos, com duas derrotas.