SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A quebra da Avianca Brasil gerou um problema inusitado para a holding que controla a empresa aérea homônima colombiana, que não tem relação comercial com a linha brasileira que deve ter o leilão de seus ativos em 10 de julho.


“Como os nomes se confundem, o que é normal, os passageiros acabam se afastando. O cliente fica receoso”, diz o CEO interino da Avianca Holdings, o brasileiro Renato Covelo.


As empresas são irmãs na origem e por anos tiveram os mesmos controladores, a família colombiana Efromovich, mas têm operação separada.


Além disso, em maio uma cobrança judicial acabou afastando os donos originais do controle efetivo da holding. Só que a identidade visual e a interligação de voos seguiu sendo a mesma.


Traduzir isso para os consumidores que se viram lidando com voos cancelados e dificuldades de reembolso de passagem nos meses de agonia da Avianca nacional é o nó para a empresa colombiana, que mantém voos para São Paulo, Rio e Porto Alegre partindo de Bogotá e Lima.


O problema mais imediato é de imagem, diz Covelo, e isso deve ser tratado com ações de marketing ainda a serem definidas. Segundo Nissim Jabiles, diretor da empresa para Brasil, Peru e Equador, a Avianca está finalizando a montagem de um escritório próprio no Brasil, que contará com 12 executivos de venda.


Até aqui, era a Avianca Brasil que cuidava da distribuição de passageiros de rotas domésticas para os voos internacionais da colombiana. Agora, dizem Covelo e Jabiles, isso será feito por compartilhamento que está sendo negociado com a Azul e a Gol.


Segundo os executivos, o pedido de oficialização de code-share (compartilhamento de emissão de passagens) com uma das empresas deverá ocorrer em até dois meses.


Covelo trabalhou oito anos e meio na Azul, na área jurídica, e desde 2016 está na colombiana. Ele ocupa o cargo interinamente até 15 de julho, quando assume Anko van der Werff.


Obviamente, Covelo não dá palpite sobre a encarniçada briga entre sua antiga empregadora, a Gol e a Latam pelo espólio da Avianca, que tem, por exemplo, 41 preciosos slots (autorizações de pouso e decolagem) no rentável aeroporto de Congonhas.