A bancada do PMDB na Assembléia Legislativa se reuniu em jantar naúltima terça-feira, e prometeu apoio às pretensões do vice-governadorOrlando Pessuti, de disputar a sucessão do governador Roberto Requiãoem 2010. Os deputados, porém, lembraram que a manutenção desse apoiodependerá da capacidade do próprio Pessuti de viabilizar suacandidatura e torná-la competitiva.

O vice-governador tem se colocado como candidato ao governo, masenfrenta a desconfiança do próprio partido, e a resistência dogovernador Requião, que parece mais preocupado em garantir uma aliançaque facilite suas pretensões de voltar ao Senado. Dentro do PMDB, aavaliação é de que Pessuti tem pouca ou nenhuma chance diante daspré-candidaturas já colocadas do senador Osmar Dias (PDT) e do prefeitoBeto Richa (PSDB).

Ausentes — O jantar reuniutreze dos dezesseis deputados estaduais peemedebistas. Dos ausentes –Caito Quintana, Luiz Eduardo Cheida, e Mauro Moraes – o último já deudeclarações defendendo que o partido apóie candidatura de Beto Richa,para não acabar repetindo o fraco desempenho do candidato à prefeiturade Curitiba, Carlos Moreira (PMDB), que terminou a eleição com 1% dosvotos.

“A bancada fez um indicativo claro no sentido de apoiar apré-candidatura do Pessuti”, disse o presidente do PMDB paranaense edeputado Waldir Pugliesi. “Dentro do partido nesse momento só ele seapresenta”, comentou. “Mas ele vai ter a tarefa de construir essacandidatura”, ressalvou.

Pugliesi argumenta que o partido está organizado em todo o Estado, eelegeu 136 prefeitos. “Não há nenhuma razão para olhar para frente compessimismo”, sustenta, lembrando que o vice-governador tem demonstradoa disposição de disputar. “Mas há a necessidade de ter essa candidaturaviabilizada. Depende muito dele”, disse.

Pugliesi desconversa quando questionado sobre o fato de Requião não teraté agora se posicionado publicamente sobre o assunto. E de quereservadamente, o governador não teria demonstrado qualquer intenção deapoiar as pretensões do vice. “O partido é o partido. Individualmenteas pessoas podem ter as suas preferências”, afirmou.
O deputado Alexandre Curi repetiu o discurso do dirigente. “Temos quetrabalhar para ter um candidato próprio e dentro do partido o Pessuti éo único que tem condições hoje”, disse. O próprio Curi, porém, admiteque se até 2009 o vice não conseguir aparecer  bem nas pesquisas, essacandidatura pode ser reavaliada.

Caso isso não aconteça, parte do PMDB já pensa em uma aliança com OsmarDias, que pode ainda ter a participação do PT, já que o PDT, partido dosenador integra nacionalmente a base do governo Lula. Outra ala jáprefere se alinhar a uma possível candidatura do prefeito Beto Richa,que seria impelido a concorrer para dar palanque no Estado ao candidatodo PSDB à presidência da República.