SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Foi batizado de Guimarães Rosa o instituto de divulgação da cultura brasileira no exterior criado pelo Itamaraty e inspirado em órgãos semelhantes como a Aliança Francesa, da França, e o Goethe, alemão.


O instituto, cujo nome homenageia o autor do clássico da literatura brasileira “Grande Sertão: Veredas” (1956), terá unidades em cinco cidades, de acordo com o Itamaraty: Nova York, Londres, Tel Aviv, Luanda e Lima. 


O Itamaraty não confirma quando o instituto entrará em operação.


Além de promover a cultura nacional no exterior, o centro também vai ensinar a língua portuguesa em sua vertente brasileira. 


Conforme adiantou a Folha de S.Paulo, a ideia é fortalecer o soft power do país, ou seja, a capacidade de uma nação de influenciar outras sem recorrer à força.


Inicialmente, o órgão seria chamado de Instituto José Bonifácio, em homenagem ao patrono da independência do Brasil. Mas o nome já é usado por outra instituição.


O ministério vai aproveitar a rede de 24 centros culturais do Brasil no exterior, que são responsáveis pela aplicação do Celpe-Bras -certificado de proficiência em língua portuguesa. O objetivo é que o instituto tenha autonomia financeira, sustentando-se com a receita de cursos.


O mineiro Guimarães Rosa (Cordisburgo, 1908) é um dos principais escritores brasileiros do século 20. Graduado em Medicina, exerceu a profissão por poucos anos, até prestar concurso para o Ministério das Relações Exteriores.


Serviu no consulado brasileiro em Hamburgo, na Alemanha, onde ajudou judeus perseguidos pelos nazistas a fugirem para o Brasil. Também trabalhou em Bogotá e Paris.


Guimarães Rosa publicou oito obras, quase todas ambientadas no sertão. Em “Grande Sertão: Veredas”, que acaba de ganhar nova edição, o cenário sertanejo é um espaço onde se desenrolariam dramas universais do homem. O livro também é conhecido pelo emprego de neologismos.


O escritor morreu em 1967, no Rio de Janeiro, três dias após entrar para a Academia Brasileira de Letras.