EULINA OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Diante da forte alta do dólar frente ao real pela terceira sessão seguida, por causa da eleição do republicano Donald Trump à presidência dos EUA, o Banco Central aumentou a intervenção no câmbio.
Na tarde desta quinta-feira, depois de a moeda americana subido mais de 4% ter atingido os R$ 3,50, a autoridade monetária ofertou quase US$ 1 bilhão em novos contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares. Isso equivale à entrada desses recursos no mercado.
Ainda assim, a moeda americana continuou subindo, mas em ritmo bem menor. Há pouco, o dólar comercial subia 1,33%, a R$ 3,4050. A moeda americana à vista fechou em alta de 0,98%, a R$ 3,3960, maior patamar desde junho deste ano.
A autoridade monetária colocou em leilão 20 mil contratos de swap cambial tradicional, no montante de US$ 1 bilhão, com vencimentos em fevereiro e março de 2017. Entretanto, foram vendidos apenas 8.100 contratos. Em seguida, o BC leiloou os 11.900 contratos remanescentes, mas foram aceitos 10.950. Desta forma, a operação totalizou US$ 952,5 milhões, com 19,050 contratos.
Pela manhã, o BC fez a rolagem de 15 mil contratos de swap cambial tradicional, ou seja, renovou contratos já existentes, no montante de US$ 750 milhões. Ou seja, esse valor foi mantido no mercado.
Esse tipo de operação não ocorria desde abril. Mesmo assim, o dólar continuou em alta expressiva, em torno de 3,5%, após ter subido 5% somente nesta quinta-feira (10), até o BC anunciar o leilão desta tarde.
Em outra frente, desde a eleição de Trump, definida na quarta-feira (9), o BC não realiza leilões de swap cambial reverso, que correspondem à compra futura da moeda. Com esta operação, o BC vinha reduzindo seu estoque de swap cambial tradicional (posição vendida) e, ao mesmo tempo, evitando uma maior valorização do real até então.
Com o leilão de swap cambial desta tarde, a posição vendida do BC passou a cerca de US$ 25 bilhões.