Na disputa por espaço, poder político e cargos na “nova” Assembleia Legislativa, surgiu ontem uma parceria no mínimo inusitada. O MDB do ex-senador Roberto Requião formou um bloco com o Democratas – legenda oriunda do antigo PFL (Partido da Frente Liberal) – nascido de uma dissidência do PDS, que por sua vez, foi a sigla herdeira da Arena – que dava sustentação ao governo militar.

Liderança
As bancadas do DEM e do MDB foram as primeiras a formalizar a criação do bloco, formado pelos deputados Anibelli Neto (PMDB), Requião Filho (PMDB) – filho do ex-senador Roberto Requião – Nelson Justus (DEM) e Plauto Miró Guimarães (DEM). O bloco indicou Anibelli como líder e Justus como vice-líder. Justus deve disputar o comando da Comissão de Constituição e Justiça – mais importante da Assembleia – com o recém-empossado deputado Fernando Francishini (PSL).

Dança das cadeiras
Quatro dias depois de tomar posse em seu primeiro mandato na Assembleia, o deputado estadual Boca Aberta Júnior já anunciou que está mudando de partido. Eleito em outubro pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), o parlamentar anunciou que vai se filiar ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS). A filiação oficial do parlamentar acontecerá em abril, quando os parlamentares terão uma “janela partidária” para mudar de sigla sem a perda do mandato. Boca Aberta Jr. é filho do deputado federal Emerson Boca Aberta (PROS).

Operação Piloto
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou ontem com novo recurso pedindo ao Supremo Tribunal Federal (STF), o restabelecimento da prisão preventiva do empresário Jorge Theodócio Atherino, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na operação Piloto, 53ª fase da Lava Jato. Atherino é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador financeiro do esquema de cobrança de propina pelo grupo político do ex-governador Beto Richa (PSDB) em troca do favorecimento da Odebrecht nas licitações das obras de duplicação da rodovia PR-323. Preso em 11 de setembro do ano passado, ele foi solto por decisão do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, no último dia 12.

Contrapartida
O recurso contra essa liminar será examinado pelo ministro Luiz Fux, relator do caso na Primeira Turma do STF. Raquel Dodge pediu a reconsideração da decisão monocrática do presidente do Supremo. Caso contrário, que o pedido seja apreciado pela Primeira Turma. Segundo as investigações do MPF, Jorge Atherino recebeu R$ 3,5 milhões em espécie, em setembro e em outubro de 2014, oriundos de propina paga pela Odebrecht. O pagamento teria sido uma contrapartida relativa à concessão da obra de duplicação da rodovia em favor da construtora. O empresário nega as acusações.

Em cima do muro
O senador Flavio Arns (REDE) afirmou em nota publicada no Facebok que não seguirá a determinação do partido de fazer oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Estamos vivendo um momento de grande expectativa no cenário político nacional. Um novo momento, que exige total transparência e tomada de posicionamentos. Tenho manifestado, desde o resultado das eleições presidenciais, que minha postura no Senado Federal não será de oposição ou situação, mas sim de posição a favor do Brasil”, escreveu ele. Para não deixar dúvidas, o senador apontou que discorda da decisão da direção da legenda, que diz pretender atuar como “oposição democrática e firme contra o governo Bolsonaro”, alegando que não participei das discussões