SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A expectativa dos investidores com a décima queda de juros do Banco Central e um ânimo renovado em relação à aprovação da reforma da Previdência, após o PMDB fechar questão a favor da proposta do governo, levaram a Bolsa brasileira a subir 1% nesta quarta (6). O dólar fechou em queda, cotado a R$ 3,23. O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 1%, para 73.268 pontos. O volume negociado foi de R$ 8,5 bilhões, em linha com a média do mês, de R$ 8 bilhões. O dólar comercial teve queda de 0,12%, para R$ 3,231. O dólar à vista, que fecha mais cedo, subiu 0,16%, para R$ 3,241. O dia foi de instabilidade no mercado acionário brasileiro, que chegou a operar no vermelho em meio ao aumento das preocupações geopolíticas após o presidente americano, Donald Trump, reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Trump anunciou que os EUA passam a reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, revertendo quase sete décadas de política externa americana, e determinou o início dos preparativos para a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para a disputada cidade. Líderes de diversos países -aliados e rivais dos EUA- criticaram a decisão, temendo que ela leve a um aumento da violência no Oriente Médio. A decisão aumentou a aversão a risco no exterior e o dólar se apreciou perante 23 das 31 principais moedas do mundo. O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco) do Brasil subiu 0,42%, para 162,9 pontos. Aqui no Brasil, porém, os investidores desconsideraram essa piora no humor no exterior e focaram na expectativa de queda de juros e nas articulações do governo para aprovar a reforma da Previdência. O Banco Central decidiu cortar pela décima vez seguida a taxa básica de juros do país, que agora está em 7% ao ano. Com isso, mais investidores devem buscar o mercado acionário como forma de elevar seus ganhos, considerando a baixa rentabilidade encontrada na renda fixa. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados já refletiam a expectativa de queda dos juros. O contrato com vencimento em janeiro de 2018 recuou de 6,951% para 6,920%. O contrato para janeiro de 2019 ficou estável em 7,040%. AÇÕES A reforma da Previdência voltou ao radar dos investidores, após o PMDB fechar questão sobre a proposta do governo, embora não tenha estabelecido punição para os infiéis do partido. “Não tinha como ser diferente, se fosse era para causar surpresa”, avalia Alexandre Wolwacz, sócio-fundador do Grupo L&S. O PMDB tem 60 deputados. O governo precisa de 308 votos para aprovar a reforma da Previdência. No Ibovespa, 47 ações subiram, dez caíram e duas se mantiveram estáveis. Duas exportadoras responderam pela maior alta do dia: Fibria (+6,47%) e Suzano (+6%). A Kroton viu seus papéis se valorizarem 4,36%, enquanto a CPFL Energia interrompeu sequência de cinco quedas e se valorizou 4,16%. As ações da Petrobras caminharam na contramão da desvalorização dos preços do petróleo e subiram nesta sessão. O barril do WTI, dos EUA, caiu quase 3% nesta quarta, seu maior declínio diário em mais de dois meses, após uma alta acentuada nos estoques de combustíveis dos EUA sugerir que a demanda pode estar perdendo força, enquanto a produção petrolífera dos EUA alcançou um novo recorde semanal. Os papéis preferenciais da estatal subiram 1,37%, para R$ 15,52. As ações ordinárias tiveram alta de 0,50%, para R$ 16. No setor bancário, os papéis do Itaú Unibanco fecharam o dia com alta de 1,06%. Os papéis preferenciais do Bradesco subiram 1,04%, e os ordinários ganharam 1,38%. O Banco do Brasil se valorizou 3,03%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram alta de 1,93%. Na ponta contrária, os papéis da EDP recuaram 2,08%. A BRF teve baixa de 1,60%, e a Taesa caiu 1,51%. Os papéis da mineradora Vale caíram 0,72%, para R$ 35,76.