Tânia Rêgo Agência Brasil – “Bolsonaro: u201cTudo u00e9 coitadismou201d”

Ao mirar em eleitores do Nordeste na reta final da campanha, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista à TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí, que irá acabar com a política do “coitadismo” a nordestino, gay, negro e mulher. Segundo ele, as políticas afirmativas reforçam o preconceito. “Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do Nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”, disse.

Na entrevista, feita no sábado (19) e divulgada nesta terça-feira (23) pela emissora, o candidato afirmou que não perseguirá os governadores do PT e da oposição. 

“Não podemos prejudicar o povo do Piauí (se referindo ao governador reeleito Wellington Dias, do PT), qualquer estado que seja, porque tem um governador que não se alinhe ideologicamente conosco. Vamos tratar todos os estados de forma republicana.”

WhatsApp
Sobre o MST, o candidato disse que vai trata-lo como ação de terrorismo. “Ações do MST serão tipificadas como terrorismo. Esse pessoal não pode continuar levando terror ao campo”. Ele voltou a falar sobre a polêmica do WhatsApp e criticou a Folha de S.Paulo. “Primeiro, a matéria surgiu na Folha de S.Paulo, num jornal de sempre, num jornal que não tem qualquer compromisso com a verdade”, disse.

A reportagem em questão foi publicada pela ‘Folha de S.Paulo’ na quinta-feira (18) e mostra o pagamento a agências de mídia, por empresários simpáticos a Bolsonaro, para disparar mensagens antipetistas a grandes bases de eleitores no WhatsApp. A legislação eleitoral proíbe a doação por empresas às campanhas, e os valores não foram declarados. Bolsonaro diz que a reportagem é “plantada” e que foi usada de argumento para ações no Supremo para o PT e PDT. E negou envolvimento com o caso.    

“Não tenho qualquer contato com empresário, nunca pedi pra ninguém fazer isso. Afinal de contas, nos dominamos as mídias sociais desde antes de começar a eleição. Não temos 7 milhões de seguidores de agora. No meu Facebook nunca impulsionamos nada, nunca pagamos dez centavos”, disse.

Sem confronto
Com desistência de candidato do PSL, Globo cancela debate

O segundo turno das eleições presidenciais, ao que tudo indica, chegará ao fim sem que os dois principais concorrentes – Fernando Haddad e Jair Bolsonaro – tenham se enfrentado e debatido ideias. A Globo anunciou ontem o cancelamento do debate programado para a próxima sexta-feira. A decisão foi tomada após o candidato do PSL, líder nas pequisas, enviar uma carta informando que não participaria do debate por conta de “limitações em virtude da bolsa de colostomia” que carrega, consequência da facada que sofreu em um atentado no mês de setembro, quando participava de atos de campanha em Juiz de Fora (MG). Assim, a emissora preferiu não entrevistar Fernando Haddad, do PT, no horário programado para o debate – que começaria às 22 horas, com previsão de encerramento às 23h40. A Globo, então, transmitirá sua programação normal de sexta-feira, com o “Globo Repórter” e a novela “Segundo Sol”. Esta, inclusive, será a primeira vez desde a volta das eleições diretas, em 1989, que não teremos debate presidencial no segundo turno – em 2006, por exemplo, o ex-presidente Lula (PT), então candidato a reeleição, não participou dos debates no 1º turno.