Antonio Cruz/Agência Brasil – Jair Bolsonaro: “Só fofoca”

Em meio à briga interna no PSL, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (16) que não quer “tomar o partido de ninguém”, mas cobrou a divulgação dos gastos da sigla. “Partido tem de fazer a coisa que tem de ser feita, normal. Não tem de esconder nada. Não quero tomar partido de ninguém, mas transparência faz parte. O dinheiro é público. São R$ 8 milhões por mês”, disse o presidente.

Perguntado se deseja a saída do presidente do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE), Bolsonaro disse que não defende “nada”. Ainda afirmou não ter mágoas sobre ninguém. “Minha resposta é transparência para tudo”, disse Bolsonaro.

“Então, vamos mostrar as contas. Não ficar, como a gente vê notícias por aí, de ‘expulsa de lá, tira da comissão, vai retaliar’”, afirmou o presidente. No último dia 8, Bolsonaro pediu a um militante que “esquecesse o PSL” e dizer que Bivar estava “queimado para caramba”. Desde então, a sigla está rachada em grupos pró-Bivar, que ameaça até expulsão de dissidentes, e pró-Bolsonaro, que avalia uma forma de deixar o partido sem abrir mão de mandato e dinheiro do fundo partidário.

“Eu não tenho falado nada do PSL. Zero. Zero. Zero. O tempo todo fofoca, que estou elegendo traidores para lá, para cá. O partido está com a oportunidade de se unir na transparência”, declarou o presidente. “Devo ao partido, sim, minha eleição. Sei que tinha outros partidos à disposição, mas briga não é essa.”

“Eu não tenho falado sobre esse assunto, não justifica (dizerem) que eu estou tumultuando a relação com o partido, que estou dividindo. Eu estou calado e vou continuar calado sobre esse assunto”, disse.

De acordo com Bolsonaro, o que interessa no momento é a transparência sobre as contas da sigla. Na sexta-feira, ele e mais 21 parlamentares do partido requereram ao diretório nacional informações sobre onde os recursos do Fundo Partidário do PSL estão sendo empregados.

“O partido está com a oportunidade de se unir na transparência, não tem o lado A ou lado B”, disse ao deixar o Palácio da Alvorada. “Então, vamos mostrar as contas e não ficar, como vemos notícias por aí, de expulsa de lá, tira da comissão, vai retaliar”, criticou.

Guinhol
Na terça-feira, a Polícia Federal (PF) deflagou a Operação Guinhol, que teve como alvo o presidente do partido, Luciano Bivar. A suspeita é uso se recursos de candidaturas “laranjas” de mulheres.

‘Querem sair e levar o dinheirinho’, ironiza deputado
O deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) ironizou ontem colegas de partido que têm articulado uma debandada da sigla, que passa por uma crise interna que opõe aliados do presidente da sigla, Luciano Bivar (PSL-PE) e do presidente Jair Bolsonaro. “Eles querem sair, mas querem levar o fundo partidário, o dinheirinho para a campanha, o mandato. Adorei esse conservadorismo”, disse o parlamentar.