BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em novo recuo sobre a estrutura de seu governo, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse que manterá o Trabalho com status de ministério.

“O Ministério do Trabalho vai continuar com status de ministério, não vai ser secretaria. Vai ser ministério ‘disso, disso e do Trabalho’, como [é hoje o] Ministério da Indústria e Comércio”, disse nesta terça-feira (13).

A declaração foi feita durante visita do presidente eleito ao STM (Superior Tribunal Militar), logo após Bolsonaro se encontrar com o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro João Batista Pereira Brito.

A mudança ocorre menos de uma semana depois de o presidente eleito ter dito, em Brasília, que extinguiria a pasta. A Folha de S.Paulo antecipou que Bolsonaro extinguiria a pasta.

Segundo Bolsonaro, o assunto ainda está em estudo e não há definição com qual pasta ele fundirá o Trabalho.

“A ordem dos fatores não altera o produto. Para o bom matemático é isso aí”, disse.

“Está em estudo final com Onyx Lorenzoni. A princípio é um enxugamento de ministério. Ninguém está menosprezado o Ministério do Trabalho. Está apenas sendo absorvido por outra pasta”, afirmou Bolsonaro.

O presidente eleito não especificou com qual estrutura haverá a fusão, mas excluiu a possibilidade de que seja com Economia.

A Folha de S.Paulo mostrou no domingo (11) que a intenção da equipe era entregar ao superministério o principal órgão do Trabalho, a Secretaria de Políticas Públicas de Emprego.

“Indústria e Comércio já está com o superministério do Paulo Guedes. Colocar mais isso lá fica um pouco pesado”, disse Bolsonaro.

Na quarta-feira (7), Bolsonaro afirmou que a pasta do Trabalho seria incorporada a outra. “O Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério”, disse.

O presidente eleito prometeu ainda cortar cargos comissionados em seu governo. “Não posso falar o percentual. No mínimo aí 30%. Eu fui deputado por 30 anos com comissionados do meu lado. Eles são importantes. Eu concordo que há um exagero no número de comissionados”, afirmou.

Sobre o aumento do salário do Poder Judiciário, Bolsonaro disse que o presidente Michel Temer é responsável e que ele não precisa fazer apelo sobre a medida.

A aprovação pelo Congresso de um reajuste de 16,4% dos salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), na semana passada, ainda precisa de sanção de Temer.

“Ele é uma pessoa responsável, não precisa de apelo. Ele sabe o que tem de fazer. Se vai fazer, compete a ele”, disse, sobre a decisão do presidente de sancionar ou de vetar o projeto.

O reajuste é a primeira pauta-bomba que o futuro governo terá de enfrentar. Ela eleva ainda mais as despesas da União em um momento em que a previsão é de um déficit de R$ 139 bilhões para 2019.

Bolsonaro disse estar estudando a questão do frete dos caminhoneiros, que esteve na pauta da paralisação do início do ano.