SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), demitiu nesta segunda (14) o secretário municipal de Cultura, André Sturm, no cargo desde 2017. Ele será substituído pelo produtor cultural Alê Youssef.


A troca faz parte de um aceno de Covas ao eleitorado progressista. Desta maneira, sai um secretário suspeito de irregularidades e com relação turbulenta com movimentos sociais e entra um dos principais articuladores do Carnaval de rua paulistano, fundador do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta.


É acompanhada também da entrada do deputado Carlos Bezerra (PSDB) na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. Ligado aos direitos humanos e da ala mais à esquerda do tucanato, ele não conseguiu se reeleger para a Assembleia.


Já Ricardo Tripoli (PSDB), deputado federal que tentou sem sucesso uma vaga no Senado, ocupará o recém-criado posto de secretário-executivo voltado ao relacionamento com o governo federal.


André Sturm é alvo de uma investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo, que abriu inquérito para apurar se houve improbidade administrativa do secretário no rompimento do contrato entre a prefeitura e o Instituto Odeon, organização que administrava o Theatro Municipal paulistano.


A gestão de Sturm foi marcada por uma série de desgastes com a classe artística. Logo que assumiu, há dois anos, viu um contingenciamento de 43,5% no orçamento da pasta. E, por consequência, uma série de protestos.


No Carnaval daquele ano, houve marcha contra a organização da festa, a cargo da secretaria, e a dispersão pela PM com bombas de efeito moral na praça Roosevelt.


Quatro meses depois, divulgou-se áudio em que Sturm ameaça “quebrar a cara” de um gestor cultural durante reunião na zona leste e, na semana seguinte, um grupo de 70 manifestantes invadiu o 11º andar do edifício onde funciona a Secretaria Municipal de Cultura. No ato, pedia-se a saída de Sturm da pasta.