O secretário de Estado do Turismo, Celso de Souza Caron, percorreu na sexta-feira (7) os “Caminhos Históricos da Serra”, uma proposta de roteiro turístico da prefeitura de Quatro Barras para resgatar os caminhos usados por índios e colonizadores entre o Litoral e Curitiba até o Século 19.

“Esse roteiro mostra as obras de engenharia feitas para atravessar rios e córregos da Serra e também as belezas da Mata Atlântica, ainda conservada em grande parte da estrada”, diz o prefeito. A Estrada, em seu traçado original, revela belezas inesperadas, como o Oratório Anjo da Guarda, construído em um local no qual ocorriam muitos ataques de animais ferozes aos viajantes. Outra obra feita pelo homem, a Casa de Pedra da família Garbers, entre a estrada e o único trecho remanescente do Caminho da Graciosa, também mostra soluções de engenharia da época. Toda feita sem pregos nem parafusos, a construção era feita apenas com encaixes de madeira e pedra. As ruínas preservam a grandeza do local, ao lado do Rio dos Corvos.
[MAIS]
Apesar dos mais de 200 anos, a Estrada ainda conserva pontes e bueiros da época. Feitos em pedra ferro, eles serviam para o escoamento da água pluvial e travessia dos rios e nascentes da serra. Em toda a volta, a beleza da Mata Atlântica, com suas bromélias, orquídeas, cipós e palmeiras. “É um lugar maravilhoso, que precisa ser mais conhecido pelos paranaenses e apreciadores da natureza”, destacou Celso Caron. O resgate dos caminhos históricos, disse o secretário, pode contribuir com o aumento da oferta turística de Curitiba e Região Metropolitana. “Temos diversas opções turísticas no caminho, como o ecoturismo, turismo rural, histórico e gastronômico”.

O Caminho da Graciosa foi aberto em 1738, como alternativa ao Caminho do Itupava, muito íngreme para o transporte de cargas. Em 1873, a Estrada da Graciosa passou a ser a ligação carroçável entre o Litoral e o Planalto Curitibano. O traçado utilizou grande parte do Caminho da Graciosa. Até a Década de 60, a estrada tinha um fluxo intenso de caminhões e veículos. Foi por ela que Dom Pedro II e a comitiva imperial passaram em 1880, numa visita feita ao Paraná.