Franklin de Freitas

A Polícia Civil indiciou cinco pessoas no caso do engavetamento no quilômetro 76 da BR-277, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, que aconteceu em 2 de agosto de 2020 e deixou oito mortos. O acidente envolveu 22 veículos e além dos óbitos, outras 40 pessoas ficaram feridas. De acordo com as investigações, no momento da tragédia, a rodovia estava com baixa visibilidade devido a um incêndio ambiental na região. No inquérito, a polícia ouviu mais de 60 pessoas e analisou centenas de documentos, desde o contrato de concessão da rodovia até a análise de perícias do Corpo de Bombeiros.

Lucian Loreno, Marcel Biscoito, Adriano Fonseca e Andrei Gobi,  funcionários da Ecovia, concessionária que administra o trecho da rodovia, foram indiciados por homicídio simples e lesão corporal.  Segundo o inquérito da polícia, os controladores e supervisores de tráfego da Ecovia sabiam da baixa visibilidade e não interditaram o trecho. O caminhoneiro Cláudio Alexandre Serioska, por sua vez, foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Antes de bater nos carros que estavam parados no local e atropelar as vítimas, o caminhão que ele dirigia estava acima do limite de velocidade.

A concessionária Ecovia informou ,em nota, que assim como seus colaboradores recebem com surpresa o relatório final do inquérito policial: “A Concessionária seguirá apresentando sua defesa, firme na consistência das provas existentes no processo.”

Em reportagem publicada no dia do acidente no Bem Paraná, Leonardo Barros Castro, um dos motoristas envolvidos no acidente trágico da BR-277, falou sobre o que viu. “Eu estava parado com pisca alerta ligado, porque havia um acidente na frente e os carros de repente vieram batendo. Eu vi moto voando. Foram batendo porque ninguém estava enxergando nada por causa da fumaça”, contou ele à reportagem do Bem Paraná. “Tivemos que sair correndo do carro com medo de morrermos. Foi um grande susto” Edson Antonio estava retornando de viagem pela BR-277 e bem perto de casa quando percebeu o que pensou ser neblina, mas era na verdade fumaça do incêndio ambiental: “Eu já reduzi, liguei o pisca alerta e consegui evitar de bater no carro da frente, mas um veículo Gol logo bateu atrás de mim. Eu desci para ver se estavam todos bem no outro carro, foi quando os veículos começaram a vir e bater. Peguei a família e saímos correndo. Foi um milagre estarmos vivos”. 

Veja quem são as vítimas que morreram no acidente trágico da BR-277

Os bombeiros tinham sido chamados um pouco antes do acidente para atender o incêndio nas margens da pista, mas quando chegaram a tragédia já tinha acontecido na BR-277. Moradores da região disseram que a fumaça do incêndio já tomava conta da região há pelo menos 15 dias.