Das 71 cidades brasileiras pesquisas pelo Ministério do Desenvolvimento Social, Curitiba tem o maior percentual de população em situação de rua em relação à população total entre as capitais e a segunda entre todas as cidades. O índice de 0,154% – obtido pela divisão do número de moradores de rua pela população total de Curitiba – só é menor do que o da cidade de São José dos Campos (SP), que tem uma população de 594 mil e 1.633 moradores de rua, em percentual de 0,274%.
Em números absolutos Curitiba está em terceiro lugar no ranking de população em situação de rua. Com 2.776 pessoas nesta situação, a capital paranaense fica atrás apenas do Rio de Janeiro (4.585) e Salvador (3.289). Entre as cidades com maior população que Curitiba, ficaram de fora da pesquisa São Paulo e Belo Horizonte. Porém, mesmo menor que Brasília, Fortaleza e Manaus, Curitiba tem uma população em situação de rua maior do que as três cidades. A média nacional é de 0,061%, sendo que 32 mil pessoas em todo o país estão nesta situação.
Perfil – De acordo com o levantamento do ministério, 81% da população em situação de rua de Curitiba é masculina e mais da metade se encontrava na faixa etária de 25 e 44 anos. 63% desta população não havia concluído o primeiro grau, 59% se declararam brancos, 22% pardos e 17% negros.

Mais da metade da população de rua costuma dormir na rua e um terço deles em albergues. 44% dos entrevistados sempre viveram em Curitiba, 38% vieram de outras cidades paranaenses e 16% vieram de outros estados. Quase 30% dos moradores em situação de rua na capital paranaense está há mais de cinco anos dormindo na rua ou em albergue.
A maioria dos entrevistados preferiu não responder questões que revelassem os motivos pelos quais eles passaram a viver nas ruas. Porém, para 16% a principal razão diz respeito ao alcoolismo ou vício em drogas, 8,9% afirma ter problemas familiares e 5,6% por causa do desemprego. Outro dado interessante da pesquisa é que apenas 16% das pessoas nesta situação em Curitiba afirmam pedir dinheiro como principal meio de sobrevivência – o que pode demonstrar a vontade destes moradores em querer trabalhar. 19% informam trabalhar como flanelinha e outros 19% como coletor de material reciclável, as duas principais atividades entre os entrevistados.
O Ministério do Desenvolvimento Social deve realizar um novo levantamento, com abrangência nacional, no decorrer deste ano.