O ser humano, ao interagir com o meio ambiente, produz resíduos que podem poluir o ar. Uma das formas de poluição atmosférica está nas fontes móveis, que são os veículos automotores, os trens, aviões e embarcações marítimas. Os veículos se destacam nas grandes cidades como as principais fontes poluidoras. Um carro movido a gasolina e corretamente regulado libera, em média, 120 gramas de gás carbônico (CO2) por quilômetro rodado. Isso equivale a 45 quilos de carvão queimados.

“A poluição atmosférica é a mais preocupante de todas as poluições porque, uma vez que uma substância é dispersa na atmosfera, não é mais possível contê-la”, afirma Patrícia Sottoriva, professora de Engenharia Ambiental na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). A queima de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, é uma das formas de poluição que mais pode estar afetando o clima e a qualidade do ar, em função da liberação de gás carbônico e monóxido de carbono (CO). “A liberação de CO2 está associada à questão do aquecimento global, um processo que está sendo potencializado devido a alta liberação do gás”, comenta a professora. Nos aterros sanitários, por exemplo, só o gás metano é queimado. Isso acontece porque o metano tem uma potência de absorção 23 vezes maior que a do CO2 e ainda tem um tempo de permanência na atmosfera de 10 a 12 anos, enquanto o do gás carbônico chega a 100 anos.

A União Européia (UE) começou a limitar que os novos veículos podem liberar até 120 gramas de gás carbônico por quilômetro rodado. “Isso é o que um carro deveria liberar durante o seu tempo de vida útil, e ainda assim é um número alto”, comenta a professora. Os novos motores que estão sendo fabricados vêm com filtros que fazem com que os níveis de liberação de gases pelos carros fiquem dentro dos limites aceitáveis.

Em Curitiba, a frota de veículos circulando nas ruas ultrapassa um milhão. Imagine cada um deles liberando 120 gramas de CO2 a cada quilômetro. Quando a temperatura está mais baixa e o dia mais nublado, a tendência das moléculas é que fiquem mais concentradas e não tenham força para dispersarem na atmosfera. Isso faz com que a concentração de gás carbônico seja muito alta. O oposto acontece em dias mais quentes, quando as moléculas ganham energia e conseguem se disseminar pelo ar. “Tanto em dias quentes como em dias mais frios, a quantidade de carros que circula é a mesma, e assim também ocorre com a emissão dos gases. Então, num dia mais frio, a qualidade do ar fica crítica e as doenças respiratórias se agravam”, explica Patrícia. (FGS)