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O programa Cartão Comida Boa, do Governo do Estado,  já registrou mais de 310 mil beneficiários em todo o Paraná até esta quinta-feira (14). Pelo programa, o Governo começou a distribuir nesta semana um vale para que pessoas em situação de vulnerabilidade possam comprar produtos alimentícios durante a pandemia do novo coronavírus. O vale de R$ 50 é recarregado a cada 30 dias, válido por pelo menos três meses. O Governo do Estado deverá distribuir mais de 1 milhão de vouchers.

De acordo com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, uma das responsáveis pelo projeto, cerca de R$ 8,3 milhões foram consumidos nos estabelecimentos conveniados em pouco mais de 181 mil transações até a quinta-feira. O governador Carlos Massa Ratinho Junior destaca que o programa busca atender as pessoas mais humildes do Estado, servindo ainda como um complemento ao auxílio proposto pelo Governo Federal.

“Essa metodologia ajuda o comércio local e nos dá agilidade para cuidar de quem mais precisa”, afirma o governador. “Nossa preocupação é que os paranaenses, especialmente os mais necessitados, sofram o mínimo possível durante essa crise na saúde. O Comida Boa garante ainda um alimento de qualidade na mesa dos paranaenses”, acrescenta Ratinho Junior.

MARIALVA – Apenas em Marialva, na região Noroeste, foram distribuídos 3.794 vales. A dona de casa Edna de Sousa Santos, 36 anos, que mora na cidade, está entre os milhares de paranaenses beneficiados pelo programa.

Ela chegou logo cedo à Secretaria Municipal de Assistência Social do município para pegar o cartão. De lá, foi direto para um supermercado próximo fazer as compras que vão ajudar a alimentar cinco filhos, com idades variando entre 4 e 17 anos. “Sou mãe e precisava muito dessa ajuda. Há muitas pessoas desempregadas neste momento, então o que o Governo possa oferecer já ajuda bastante”, afirmou.

Benefício que também fará a diferença no lar da dona de casa Delma Maria dos Santos, de 54 anos. Com o filho procurando emprego e o marido lutando há mais de um ano e meio pela aposentadoria devido a problemas no coração, ela contou que as dificuldades são imensas até mesmo para garantir o básico. “Já não tinha mais nada na minha casa, então esse cartão veio em muito boa hora”, disse.

O auxiliar de serviços gerais Odilon de Oliveira Bahia, 51 anos, acompanhou a mãe para validar o benefício. Em menos de 5 minutos eles garantiram pão e leite na mesa da família. “O que está acontecendo aqui é uma coisa maravilhosa para o povo. É a chance de ter pão e leite para as crianças. Eu, por ser ex-presidiário, tenho muita dificuldade em arrumar emprego. Ninguém dá oportunidade”, contou.

MANDAGUARI – A cidade da Grande Maringá, também no Noroeste, tem 2.449 cadastrados para receber o Cartão Comida Boa. A aposentada Neide Camargo Ferreira, 63 anos, não gastou muito tempo para regularizar a situação e sair com o cartão na mão.

Ela levou até o carrinho de compra ao Cras da cidade para facilitar a logística. “Meu dinheiro da aposentadoria gasto praticamente inteiro com aluguel, remédios e ajudando filhos e netos. Então, com essa ajuda, é a certeza de que terei comidinha na mesa”, contou.

José Antônio Neto, auxiliar de serviços gerais, de 52 anos, descobriu no rádio que estaria apto a receber a ajuda. Uma salvação, disse ele, já que perdeu recentemente o direito de receber o auxílio doença que ganhava do Governo Federal desde 2010. “Estou precisando. É um dinheiro para comprar mistura, arroz e feijão”, afirmou.

SARANDI – O programa já tem 5.983 beneficiários em Sarandi, também na Grande Maringá.A costureira desempregada Diana Aparecida Martins já demonstrava ansiedade na pequena fila de espera – com distanciamento social – dentro do Colégio São Francisco de Assis, em Sarandi. Tão logo carregou o cartão, saiu com o marido para um dos mercados da redondeza para fazer a compra. Garantiu produtos de limpeza, higiene pessoal e alimentos para os três filhos. “Esse programa é um alívio em meio à pandemia”, disse. “É alguém fazendo algo por nós, graças a Deus”, completou a dona de casa Cacilda Maria da Silva, 62 anos, vizinha de fila da Diana.

REGIÃO NORTE – Cidade mais populosa do interior do Paraná, Londrina, na Região Norte, montou uma operação de guerra para que a distribuição do vale na cidade fosse feita rapidamente. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, 121 escolas foram transformadas em pontos de troca.

Apenas o município vai disponibilizar 42.938 vouchers do programa. Número que salta para mais 80 mil quando considerado as cidades vizinhas. “Vivo só com o Bolsa Família. Então com esse cartão vou poder comprar mais comida para mim e para o meu filho, de dois anos”, destacou Ana Betriz Ferreira da Conceição, 18 anos, desempregada. “Meu marido sofreu um derrame e não pode trabalhar. Vivemos com um salário mínimo. Esse programa é uma ajuda e tanto”, completou a dona de casa Ilda Lopes Barbosa, de 65 anos.

GRANDE OPÇÃO – A pequena Bela Vista do Paraíso contou com 1.709 vouchers. Um deles foi para a decoradora de festas Marta Gomes Moreira, de 35 anos. Ela está parada desde a chegada da pandemia ao País, em fevereiro, já que as celebrações foram todas canceladas para evitar aglomeração. Está sem renda. Ela e o marido, autônomo que viu o serviço rarear com o início da quarentena.

“Fomos o primeiro setor a parar e seremos os últimos a retornar. Então está tudo bem complicado. Acabou que o cartão Comida Boa virou a grande opção para quem não tem renda”, avaliou.

EM CURITIBA – Em Curitiba, nos três dias de distribuição, foram retirados 53.334 vouchers do Cartão Comida Boa. A cota para microempreendedores individuais, autônomos e profissionais informais determinada pelo Decreto 4750, foi integralmente retirada.

Já para os inscritos no CadÚnico, que porventura não puderam retirar seu benefício nos dias determinados, como amplamente divulgado pelos meios de comunicação, a Secretaria de Justiça, Família e Trabalho estuda uma outra forma para que possam receber o benefício.


Comércio local comemora aumento do movimento com o Cartão Comida Boa

Fábio Vieira, proprietário de um supermercado em Bela Vista do Paraíso, não sabe precisar o porcentual de aumento no volume de vendas, mas estava completamente satisfeito por ter aderido ao Programa Comida Boa. Segundo ele, o movimento de pessoas passando pelo local cresceu consideravelmente desde que os vales começaram a ser distribuídos na cidade, no começo desta semana.

Feijão, arroz, ovos e carne estão entre os itens mais vendidos, contou Vieira, o que reforça a importância do auxílio dado pelo Governo Estadual para as pessoas em vulnerabilidade social. “A pessoa recebe o cartão e já vem para o mercado consumir. Sem dúvida que melhorou o movimento, aqueceu a economia da cidade toda”, destacou o empresário. “É um apoio muito grande para quem tem empresa”, acrescentou.

Em Sarandi, as diferentes sedes de um dos supermercado da cidade credenciadas também estavam mais cheias. Em uma delas, próxima a um posto em que as pessoas carregavam o cartão, o movimento era intenso. O voucher oferecido pelo Estado já é uma das principais formas de pagamento na rede. “Vou aproveitar para comprar o que está faltando”, disse a costureira desempregada Diana Aparecida Martins enquanto finalizava o processo de pagamento.


Treinamento e mobilização ajudam na logística de distribuição

Cartão, senha, equipamentos de proteção individual, distanciamento social e muita máscara e álcool gel. O Governo do Estado, por meio das secretarias da Agricultura e Abastecimento e da Justiça, Família e Trabalho, se mobilizou para garantir a melhor logística de distribuição do voucher.

Em Londrina, na Região Norte, 121 escolas foram credenciadas para a ação. Mas o programa contou também com a colaboração de igrejas, sedes do Samu, Cras e secretarias municipais, entre outros órgãos parceiros.

“Pensamos em tudo para evitar aglomerações e atender da melhor maneira as pessoas que estão precisando. Houve toda uma preparação antes para capacitar o pessoal”, afirmou a chefe do escritório regional de Londrina da Secretaria a Justiça, Família e Trabalho, Deise Tokano.

A chefe do núcleo de Maringá da Secretaria, Silvana Pazetto Arruda, destacou que o Estado se empenhou para fazer com que o voucher chegasse o quanto antes na mão dos mais necessitados. “É a maneira com que eles vão conseguir suprir as necessidades mais básicas. O programa é um olhar do Governo para quem mais precisa de ajuda neste momento”, ressaltou.


Como funciona o programa de apoio emergencial

O Programa Cartão Comida Boa cria um vale para que famílias em situação de vulnerabilidade possam comprar produtos alimentícios durante a pandemia de Covid-19.

Os beneficiários podem usar o cartão nos mercados credenciados pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. O programa é operacionalizado por meio de um voucher com QR Code, para evitar falsificações.

O programa de auxílio emergencial terá duração de três meses, com possibilidade de prorrogação, e é destinado a famílias mais vulneráveis. A base de beneficiários é o Cadastro Único (CadÚnico) dos programas sociais do País. A concessão é exclusivamente para a compra de produtos da cesta básica e os recursos são do Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza.

O programa limita a dois membros da mesma família o recebimento do vale e abre espaço para que a pessoa provedora de família monoparental (apenas um dos pais arca com as responsabilidades) possa requerer o recebimento de duas cotas do auxílio emergencial, independente do sexo, se cumprir os requisitos básicos do programa.

RECURSOS – O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lembrou que parte dos recursos arrecadados com ICMS vão para um Fundo da Pobreza, gerido pela Secretaria da Fazenda. O governador Carlos Massa Ratinho Junior decidiu usar esses recursos para entregar R$ 50 por mês a cada família para a compra exclusiva de alimentos, inicialmente em três parcelas.

“É uma ação humanitária e solidária para amparar famílias que já estavam vulneráveis e as que se tornaram ainda mais vulneráveis por conta da pandemia”, disse ele.

INFORMAÇÕES  – O sitewww.cartaocomidaboa.pr.gov.br, criado pela Celepar, traz todas as informações necessárias para o cidadão se informar e saber se tem direito ao cartão, onde retirá-lo e quais são os pontos de troca por alimentos.