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A Casa da Mulher Brasileira de Curitiba (CMB) completa nesta segunda-feira (15/6) quatro anos de existência. Ao longo desse período, 54.787 mulheres, que sofreram algum tipo de abuso ou violência, receberam o atendimento adequado.

“A cada dia a gente vem aperfeiçoando o nosso trabalho que é de apoio e assistência para que a mulher consiga romper o ciclo de violência através do empoderamento e tomada de decisão”,  diz a coordenadora da CMB, Sandra Praddo.

Ainda de acordo com Sandra Praddo, a CMB é referência no acolhimento das mulheres e seus filhos, porque reúne todos os serviços públicos necessários em um único lugar. Administrada pelo município, o equipamento funciona em parceria com o governo estadual e federal.

“Não existe em nenhum outro lugar do mundo um local que ofereça uma estrutura similar e a gestão nos dá todo o incentivo para que possamos prestar esse apoio às mulheres no momento em que elas mais necessitam”, complementa Sandra.

Neste período de pandemia da Covid-19, o isolamento social acendeu mais um alerta em relação aos casos de violência doméstica e os atendimentos seguem funcionando durante as 24h. Campanhas nas mídias sociais e nos canais de comunicação com a população estão ainda mais fortalecidos. A ideia é assegurar uma rede de solidariedade com os vizinhos, familiares e amigos, onde todos devem ficar mais alertas e denunciar.

Além de Curitiba, a CMB possui sede em outros seis municípios; Campo Grande (MS), São Luiz do Maranhão (MA), Fortaleza (CE), Boa Vista (RO), São Paulo (SP) e Brasília (DF), que no momento não está ativa por conta de reformas.

Parcerias de sucesso

Profissionais da beleza de Curitiba participaram de uma capacitação onde aprenderam a identificar marcas de violência doméstica e familiar nas clientes dos salões. O curso foi criado para sensibilizar os profissionais a serem aliados da Prefeitura na prevenção e no apoio a mulheres que vivem relacionamentos abusivos. A ação foi uma parceria com o Sindicato dos Profissionais Autônomos em Beleza e Estética do Paraná e a Assessoria de Direitos Humanos – Política para Mulheres.

O curso de Defesa Pessoal,  “Sou Curitibana, sei me defender!”, foi oferecido de forma gratuita às mulheres acima de 18 anos, incluindo pessoas com  deficiência, mulheres transsexuais e transgêneros. A ação foi resultado de uma parceria entre a CMB, por meio da Assessoria de Direitos Humanos – Política para Mulheres, a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude e o Instituto Shogun Rua.

Da parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), nasceu um projeto de estudos para viabilidade de uma plataforma (aplicativo e site) de apoio às mulheres na tomada de decisão de largar um parceiro abusivo e ajuda-las a montar o planejamento de segurança de acordo com as necessidades. O estudo foi apresentado na Conferência Global de Violência Contra a Mulher, em Cape Town, África do Sul. 

Ainda na área científica, a CMB de Curitiba teve dois trabalhos aprovados, no Congresso Mundial de Saúde Publica (Roma) e no Congresso da Associação Americana de Saúde Publica (San Francisco) sobre os impactos da CMB para as mulheres atendidas, bem como os desafios e potencialidades destacados pelos profissionais que atuam na Casa.

Avanços

Em fevereiro deste ano houve um aumento do efetivo na equipe da Patrulha Maria da Penha, que passou de 13 para 17 servidores. Em março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a equipe recebeu duas novas viaturas, veículos modelo Fiat Argo. A aquisição foi possível por meio de um convênio com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A CMB ganhou um espaço de acolhimento e convivência dedicado aos pets das mulheres, durante o alojamento na Casa. A falta de um espaço acolhedor para os animais de estimação muitas vezes impediam a busca de auxílio, já que algumas mulheres não queriam separar os filhos dos pets. 

A Casa também cedeu um espaço para a Ordem dos Advogados do Brasil, que passou a integrar as ações da CMB.

Serviços

Acolhimento e triagem: O serviço da equipe de acolhimento e triagem é a porta de entrada da Casa da Mulher Brasileira. Forma um laço de confiança, agiliza o encaminhamento e inicia os atendimentos prestados pelos outros serviços da Casa, ou pelos demais serviços da rede, quando necessário;

Apoio psicossocial: A equipe multidisciplinar presta atendimento psicossocial continuado e dá suporte aos demais serviços da Casa. Auxilia a superar o impacto da violência sofrida; e a resgatar a autoestima, autonomia e cidadania;

Delegacia: Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher é a unidade da Polícia Civil para ações de prevenção, proteção e investigação dos crimes de violência doméstica e sexual, entre outros;

Brinquedoteca: Acolhe crianças de 0 a 12 anos de idade, que acompanhem as mulheres, enquanto estas aguardam o atendimento;

Alojamento de passagem: Espaço de abrigamento temporário de curta duração (até 24h) para mulheres em situação de violência, acompanhadas ou não de seus filhos, que corram risco iminente de morte;

Patrulha Maria da Penha: A força-tarefa especial operacionalizada pela Guarda Municipal, funciona 24 horas e atende casos de vítimas com medidas protetivas concedidas pelo Poder Judiciário, conforme prevê a Lei Maria da Penha;

Juizado e ou vara especializada: Os juizados/varas especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher são órgãos da Justiça responsáveis por processar, julgar e executar as causas resultantes de violência doméstica e familiar, conforme previsto na Lei Maria da Penha.

Ministério público: A Promotoria Especializada do Ministério Público promove a ação penal nos crimes de violência contra as mulheres. Atua também na fiscalização dos serviços da rede de atendimento;

Defensoria pública: O Núcleo Especializado da Defensoria Pública orienta as mulheres sobre seus direitos, presta assistência jurídica e acompanha todas as etapas do processo judicial, de natureza cível ou criminal;

Saúde: Os serviços de saúde atendem as mulheres em situação de violência. Nos casos de violência sexual, a contracepção de emergência e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis/aids devem ocorrer em até 72h. Além do atendimento de urgência, os serviços de saúde também oferecem acompanhamento médico e psicossocial;

Promoção da autonomia econômica: Esse serviço é uma das “portas de saída” da situação de violência para as mulheres que buscam sua autonomia econômica, por meio de educação financeira, qua­lificação profissional e de inserção no mercado de trabalho.

Canais de denúncia
Emergência – 190
Denúncia – 180
Patrulha Maria da Penha (para mulheres com medida protetiva) – 153

Casa da Mulher Brasileira – (41) 3221-2701 | (41) 3221-2710
Endereço: Avenida Paraná, 870 – Cabral
E-mail: [email protected]