Franklin de Freitas

Raquel Lamb e Gabriel Araújo, proprietários do apartamento que explodiu no bairro Água Verde em 29 de junho, em ocorrência que resultou na morte do irmão de Raquel, Matheus Lamb, de apenas 11 anos, falaram pela primeira vez, pouco tempo depois de deixarem a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Mackenzie Evangélico, em Curitiba. Na noite desta sexta-feira, a RPC transmitiu a conversa com o casal durante O Boa Noite Paraná.

Na entrevista concedida ao repórter Bruno Fávaro, Gabriel e Raquel negaram que o funcionário da Impeseg, Caio Santos, tenha informado sobre os perigos relacionados ao produto que seria aplicado no sofá da família. “Eu não fazia ideia do quanto poderia ser perigososo produto. Ele não tava usando máscara, não tinha nenhum equipamento de proteção…Ele apontou pra janela da sala, para abrir, e somente”, relatou Gabriel. “Eu sinto que a gente foi enganada. Eles colocaram uma bomba dentro de casa e sem nenhuma responsabilidade”, afirmou ainda Raquel.

No dia anterior à tragédia os dois até fizeram uma festa com familiares em casa, justamente para celebrar a aquisição do novo sofá. “A gente estava vivendo um conto de fadas, construindo nossa vida. No dia seguinte parece que caí até o chão”, declarou Gabriel. “A gente sempre foi muito apegado, cuidei com maior carinho, queria proteger ele de tudo”, disse Raquel sobre a relação com seu irmão, Matheus.

Pelo que se investigou até aqui, a hipótese mais provável e plausível é que a explosão tenha sido provocada quando Raquel foi acender o fogão localizado no apartamento para preparar um café. Na entrevist, ela comentou sobre o que fazia logo antes da explosão. “Matheus pediu para eu fazer um Nescau, ia fazer um café para mim, e eu acionei o fogão. (Depois) Eu senti o impacto e caí perto da parede da lavanderia, a geladeira caiu por cima de mim. Eu gritei para rua pedindo socorro. É muito desesperador. Eu gritava pro Matheus e o Gabriel saírem dali. Alguém chegou e eu gritava ‘meu irmão está no quarto’, mas ele falou que não tinha ninguém ali. Aí eu pensei que ele já tinha saído, que já tinha conseguido sair dali.”

Agora, a única coisa que o casal quer é Justiça. O apartamento, por sua vez, faz partedo passado, uma vez que Gabriel e Raquel não têm nenhuma vontade de voltar a residir no local da tragédia. “Espero que ninguém saia impuine disso. Não desejo que ninguém passe por isso que a gente está passando”, disse Raquel.