Valdecir Galor/SMCS

Cerca de cem novos servidores da Saúde estão iniciando os trabalhos nas unidades da Prefeitura nos últimos dias. Na última semana, eles foram nomeados e na segunda-feira (1º/4) passaram por uma integração funcional. Para boa parte dos novos contratados, nesta terça-feira (2/4), foi o momento de vestir o jaleco com o emblema da Prefeitura de Curitiba pela primeira vez e começar a atuar como servidor público, atendendo à população. Ao todo, Curitiba está recebendo nas unidades de saúde, na última e nesta semana, 13 médicos, 23 enfermeiros e 70 técnicos de enfermagem.

O novo enfermeiro da unidade de saúde Ouvidor Pardinho (distrito sanitário Matriz), Leandro Ramos Dantas de Souza, 33 anos, é baiano de nascimento, mas curitibano de coração. Iniciou sua carreira em Diamantina, interior baiano e diz que a realidade do SUS lá é bem diferente da capital paranaense. “Aqui em Curitiba o SUS funciona, tem posto de saúde, prateleira cheia de medicamento, tem Hospital do Idoso completo”, afirma.

Ele veio morar em Curitiba há dois anos, para fazer residência em pediatria no Hospital de Clínicas. O plano inicial era ficar por aqui apenas o tempo para concluir a especialização. Mas, o que era para ser temporário, tornou-se fixo. E agora ele não pretende mais se mudar. “Criei raízes aqui”, diz.

A enfermeira Janaína Constanski, 36 anos, especialista em gestão pública, já atuou no Hospital Evangélico, Hospital do Idoso e na regulação do Samu. Ela será parceira de Leandro Ramos, pois também assumiu uma vaga na unidade Ouvidor Pardinho. “A minha vocação é o SUS. Essa nova experiência vai complementar e ampliar a minha visão do SUS. Vou poder ter uma visão do todo”, avalia.

A técnica em enfermagem Janaína Goch, 39 anos, formou-se no final de 2016, quando passou a prestar vários concursos públicos. Em fevereiro de 2017, ela começou a trabalhar em Colombo (região metropolitana), numa unidade básica, mas aguardava ansiosa que fosse chamada pelo concurso prestado em Curitiba, o que ocorreu neste ano. “Eu já estava perdendo as esperanças, fiquei superfeliz. Era tudo o que eu queria”, diz.

Entre as unidades com vagas em aberto, Janaína conseguiu escolher a própria unidade de saúde de referência dela, a Santa Amélia, no distrito sanitário do Portão. “É a unidade que meu marido tem vínculo desde que ele nasceu. Lá também estão o pediatra que atende os meus filhos, o meu ginecologista. Conheço todos lá”, conta.

A enfermeira Mariele Kruppa, 30 anos, trabalha no Samu, e agora passará a atuar também no Centro de Orientação e Aconselhamento (COA). “É um novo desafio extremamente diferente”, diz. “Vou dar o melhor de mim”, promete.

A enfermeira Vanessa Comasseta, 35 anos, mestre e doutora pela Escola de Enfermagem da USP, está tendo agora a oportunidade de aplicar na prática o que ela vem lecionando por 13 anos, em cursos técnicos e superiores.

“Na esfera particular, eu vejo que há uma desvalorização do enfermeiro. Já no SUS, na atenção básica, a enfermeira pode despertar toda a sua autonomia”, opina. Vanessa, que vai atuar na unidade de saúde Ipiranga, no distrito sanitário do Pinheirinho, se diz animada com a nova experiência profissional. “Sinto um privilégio e uma gratidão muito grande. Será uma experiência única”, afirma.