
O policiamento nas ruas de Curitiba está reforçado. Se até abril apenas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) realizavam blitzes pela cidade, muitas vezes contando com o apoio de agentes da Setran e da Guarda Municipal, desde maio as duas instituições municipais passaram a realizar suas próprias operações. Na prática, isso tem representado, desde o começo de agosto, mais uma blitz por dia nas ruas da cidade.
Segundo informações do BPTran, entre janeiro e maio deste ano foram feitas 479 operações na Capital, o que dá uma média de três blitz por dia – número que já superava a média histórica de duas blitzes diárias.
A partir de maio, contudo, a Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, cujos agentes antes só davam apoio a outros órgãos de trânsito, passaram a realizar suas próprias operações. Nos três primeiros meses (maio, junho e julho) foram 28 operações, número que se intensificou neste mês, após os agentes municipais (principalmente os da GM) passarem por uma capacitação específica com a PRF sobre a utilização dos equipamentos de fiscalização de alcoolemia.
Segundo informou a assessoria de imprensa da pasta, em agosto já foram feitas várias blitzes pela Setran e pela GM, sendo que as operações estariam sendo praticamente diárias, desenvolvidas ações em diversos bairros da cidade, como Capão Raso, Sítio Cercado, Juvevê, Portão, Novo Mundo, Batel, Boa Vista, Tarumã e Tingui, tendo como base solicitações da população e, também, cruzamento de informações, como número de acidentes de trânsito.
A intensificação das ações reflete ainda o aumento no número de agentes de trânsito cadastrados junto ao Departamento de Trânsito do Paraná (Detran). Desde o começo do ano, pelo menos 270 guardas municipais foram capacitados, fazendo praticamente dobrar o número de agentes aptos na Capital — que saltou de 330 para mais de 600, número que deve continuar a crescer nos próximos anos.
“Nossa meta é colocar isso (matérias de trânsito) em todos os cursos de formação da Guarda Municipal, para que no futuro cheguemos a 100% do efetivo capacitado para atuar no trânsito. É uma atribuição a mais, uma atribuição extra. Sempre faço a analogia ao policial americano, que sai para trabalhar com seu colete balístico, sua arma e um bloco de autuação no trânsito”, afirma Guilherme Rangel, secretário de Defesa Social e Trânsito de Curitiba, apontando ainda que a blitz é mais uma forma para educar os motoristas curitibanos.
928 autuações e 487 veículos removidos pelo guincho
Nas operações dos últimos três meses houve um total de 487 veículos removidos pelo serviço de guincho da Prefeitura e de 66 documentos recolhidos, entre Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).
Também foram 208 exames etilométricos realizados, com dez condutores encaminhados à delegacia pela ingestão de bebida alcoólica. O motorista que se recusa a fazer o teste com o etilômetro — foram dois no período — é autuado com infração similar àqueles que se submeteram ao teste com resultado positivo (caso dos outros oito motoristas). A infração é gravíssima multiplicada em dez vezes, com multa de R$ 2.934,70.
Além disso, foram emitidas ainda 928 autuações apenas pelos agentes municipais de trânsito, a maioria delas (32%) por conta de morotistas que conduziam veículo registrado, mas que não estava devidamente licenciado. A infração, gravíssima, tem multa prevista de R$ 293,47. Já outras 27% estão relacionadas a problemas com a CNH ou a permissão para dirigir, como trafegar sem o documento, com a documentação vencida, suspensa, cassada ou, ainda, permitir a condução por indivíduo com problemas na carteira.