LONDRES, INGLATERRA (UOL/FOLHAPRESS) – Enquanto Charles Leclerc fala com a imprensa, ele está lá, discretamente em um canto da sala observando cada palavra de seu piloto. No aeroporto, sempre que possível eles também voam juntos, e estão sempre conversando. O próprio chefe da Ferrari, Mattia Binotto, reconhece que tem dado atenção especial ao piloto de 21 anos que, apenas em sua segunda temporada na Fórmula 1, já está na equipe mais tradicional do grid.


“Nossa meta, enquanto equipe, com Charles é, porque ele é tão jovem, ensiná-lo o máximo que pudermos. Queremos que ele se desenvolva para ser um grande piloto no futuro. Ele provavelmente já é, mas para que ele seja ainda melhor”, explicou Binotto ao UOL Esporte.


O italiano, que está no time há mais de 20 anos, mas que estreia em 2019 na posição de chefe de equipe, reconheceu que tem sido mesmo uma “sombra” de seu piloto. “É minha missão segui-lo para me certificar que ele está aprendendo. E tem sido muito encorajador.”


Há alguns motivos para a Ferrari ter um cuidado especial com os primeiros passos de Leclerc na Scuderia. O monegasco de 21 anos é o mais jovem ferrarista desde 1961, quando o mexicano Ricardo Rodriguez disputou o GP da Itália pelo time aos 19 anos. Mais do que isso, Leclerc é o primeiro fruto do programa de jovens pilotos dos italianos a chegar até o time principal. O programa começou em 2009, consumiu milhões de euros e, até hoje, tem sido mais lento em revelar pilotos do que seus pares da Red Bull ou Mercedes, por exemplo, embora tenha tido uma grande perda com a morte de Jules Bianchi. O piloto estava sendo preparado para ser titular -o ex-presidente ferrarista, Luca di Montezemolo, afirmou que havia decidido que Bianchi seria o substituto de Raikkonen no time.


Leclerc está na chamada Academia de Pilotos da Ferrari desde 2016, o que ajuda Binotto a conhecê-lo melhor, e também a entender os pontos em que ele ainda precisa melhorar.


“Conhecemos Charles faz tempo por ele fazer parte da academia. Ele é um piloto e uma pessoa muito madura, sempre está tentando melhorar. Ele tenta aprender com cada erro que comete, o que é importante. E é por isso que acho importante segui-lo, porque ele está em uma fase de muito aprendizado.”


Em suas três primeiras corridas pela Ferrari, Leclerc conquistou dois quintos lugares na Austrália e na China e chegou ao pódio no Bahrein, depois de dominar grande parte da prova e ter um problema no motor. Ele tem andado muito próximo do companheiro Sebastian Vettel, o que tem trazido muita dor de cabeça para o comando ferrarista. Neste fim de semana, no Azerbaijão, Leclerc volta ao palco de seus primeiros pontos na Fórmula 1, quando foi sexto colocado com a Sauber em 2018.