Moinhos de vento, fazendas bem cuidadas e dança sobre tamancos de madeira são apenas algumas das heranças deixadas pelos holandeses no Paraná. As cidades de Carambeí, Castro e Arapoti, todas a menos de 170 quilômetros de Curitiba, fazem questão de conservar algumas tradições dos colonos que deram à região ares europeus.

Os holandeses chegaram às cidades em meados de 1909, em busca de emprego e terras. No início, a principal atividade adotada pelos novos moradores foi a produção de leite. Na década de 60, os colonos começaram a investir na agricultura. Hoje, estima-se que cerca de 20% da população das três cidades seja descendente de holandeses.

Para promover e fortalecer as tradições, a Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur) montou um roteiro que passa pelos principais pontos turísticos dessas três pequenas cidades. “Decidimos fazer o roteiro para fortalecer os negócios dos imigrantes nessa região”, afirma Tânia Moura, coordenadora da Cooptur. O pacote é vendido pela cooperativa para grupos de, no mínimo, 15 pessoas. Os locais de saída e os valores são diferentes para cada grupo. “Em média, o roteiro de três dias custa R$ 350”, diz Tânia.

O passeio pela Holanda brasileira começa em Castrolanda, bairro de Castro, a 117 quilômetros de Curitiba, onde a colônia se instalou. Por lá, uma das principais atrações é o Memorial da Imigração Holandesa, num galpão instalado sob um enorme moinho. O espaço foi construído em 2001 para comemorar o 50º aniversário da colônia. O acervo mostra a chegada dos imigrantes. Em datas especiais, um grupo de dança folclórica costuma de apresentar por lá.

A viagem segue por Carambeí, a 116 quilômetros de Curitiba e a 20 de Castro. Nessa cidade fica a maior e mais antiga colônia holandesa do Paraná. Dick De Geus, de 66 anos, é presidente da Cooperativa de Turismo e filho de holandeses. “Minha mãe chegou à cidade antes dos outros colonos, em 1911”, conta. Segundo ele, os holandeses trouxeram vida para a região. “Eles montaram fazendas e criaram a primeira escola.”

Um bom passeio na cidade é a caminhada pela Avenida dos Pioneiros, a única de lá. As casas mostram que até hoje a influência holandesa é forte. Os jardins são todos enfeitados com flores e muitos também têm pequenos moinhos. As janelas, como em uma casa de bonecas, recebem cortinas de renda.

A pausa para o almoço pode ser no restaurante Krakatoa, muito conhecido por lá. A especialidade? Comida da Indonésia. “Por ter sido colônia da Holanda, muito da culinária desse país foi incorporado aos pratos holandeses”, explica Geus.

Tradições

A 107 quilômetros de Carambeí – e a 166 de Curitiba – fica Arapoti, cidade que fecha a rota dos holandeses pelo Paraná. O município recebeu os colonos mais tarde, em 1960, quando formaram uma grande cooperativa agrícola.

Uma das atrações de lá é a Igreja Matriz João Batista. Erguida em 1948, a construção foi reconhecida como Patrimônio Histórico do município. Não muito longe fica a Estação Ferroviária Capão Bonito, onde também funciona a Casa da Cultura da cidade.

Como chegar

Arapoti: A passagem de ida e volta a partir de Curitiba custa R$ 71,06 na Viação Princesa do Norte (0–41- 3320-7923)

Castro: A passagem ida e volta a partir de Curitiba custa R$ 50,50 na Viação Princesa dos Campos (0–41- 3223-0191)

Carambeí: A passagem ida e volta a partir de Curitiba custa R$ 46,62 na Viação Princesa dos Campos

Passeios

– Cooperativa Paranaense de Turismo: (0–42) 3223-4771; www cooptur.coop.br
– Igreja da Matriz João Batista: Praça Romana Duarte, 48. Aberta das 8 às 20 horas. Arapoti
– Ferroviária Capão Bonito: (0–43) 3557-2485. Arapoti
– Memorial da Imigração Holandesa: (0–42) 9106-7079; entrada: R$ 4. Em Castro
– Restaurante Krakatoa: (0–42) 3231-1578. Em Carambeí