SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, acusou nesta quarta-feira (19) a equipe econômica do adversário do PSL, Jair Bolsonaro, de ser contraditória ao estudar a edição de um novo imposto aos moldes da CPMF.

Segundo ele, não faz sentido a proposta de um novo tributo no momento em que o candidato tem defendido a redução da carga tributária. Para Ciro, Bolsonaro tem adotado discursos diferentes para públicos distintos.

"Ele diz que vai diminuir os impostos e fala em recriar a CPMF. Isso é uma contradição muito grave", disse.

Em conversa com usuários do Twitter, ele afirmou ainda que a proposta de Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro, da cobrança de uma alíquota única do Imposto de Renda de 20% irá penalizar a classe média, que acabará pagando um valor mais caro.

"Ou seja, toda a pequena classe média vai passar a pagar muito mais imposto de renda, o que irá diminuir os impostos dos ricos", disse.

Ele ressaltou que, com a unificação em 20%, serão extintos percentuais mais baixos, como de 10%, para os mais pobres e finalizados percentuais mais altos, como de 27%, para os mais ricos.

Na conversa, Ciro disse que, caso seja eleito, pretende cobrar imposto das corridas de aplicativos de transporte, como Uber e Cabify, para acabar com a "competição desigual" com os motoristas de táxi.

A ideia, segundo ele, é estabelecer uma taxa de 2%, o que, na opinião dele, é suficiente para "equilibrar a concorrência". "A minha questão é de justiça. Uma multinacional explora o trabalho das pessoas que estão desempregadas e estão na informalidade e toma 25% do motorista que paga gasolina, carro e peças", criticou.

O candidato chamou ainda de "grupo de nazistas" uma parcela dos eleitores de Bolsonaro que, segundo ele, são ricos, brancos, andam de carro blindado e "estão se lixando para a sorte da nação".

"O Brasil pode se ferrar que eles não estão ligando", disse.

Ele observou, contudo, que há eleitores do militar reformado que estão apenas indignados e que cabe aos outros eleitores mostrar a ele que as propostas de Bolsonaro são "vazias" e "inconsistentes".

"E se ele [eleitor] quer autoridade, procura aqui comigo", disse.

Na conversa, Ciro disse ainda que gostaria que a cantora norte-americana Beyoncé cantasse em sua posse caso ele seja eleito presidente, mas que não será possível porque o cachê dela é "muito caro".