O número de adolescentes que fazem cirurgias plásticas no Brasil só aumenta. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBCP), nos últimos quatro anos, a procura por procedimentos em pessoas entre 14 e 18 anos saltou de 37.740 para 91.100. Esse aumento, de 141%, foi 3,5 vezes maior que o aumento das intervenções em adultos. Na lista das cirurgias mais procuradas estão as estéticas, como lipoaspiração e implante de silicone nas mamas.

Para o cirurgião plástico Ralf Berger, de Curitiba, o caso da idade deve ser analisado individualmente. “Não existe uma idade definida para a cirurgia plástica. Tudo depende do diagnóstico e da necessidade de cada paciente”, afirma. Segundo ele, alguns procedimentos corretores, como a otoplastia, que corrige as orelhas de abano, e a rinoplastia, no nariz, podem ser realizados assim que a região estiver formada (semelhante à fase adulta). “É importante esperar o desenvolvimento completo da região, para não ter problemas posteriores de formação. Saber avaliar essa evolução é fundamental”, alerta o especialista. No caso desses procedimentos, a idade mínima para realização é, em média, de sete anos para a otoplastia e 15 para a rinoplastia.

Já para as cirurgias estéticas, como a lipoaspiração, o médico defende que tanto os adolescentes quanto os pais devem pensar muito bem antes de qualquer decisão. “Nessa fase, dos 14, 15 anos, o corpo está em transformação e, provavelmente, algumas regiões ainda sofrerão alterações. É importante não se precipitar”, afirma o cirurgião. A ansiedade e o imediatismo podem levar diversos jovens a procedimentos desnecessários ou até mesmo excessivos. “Muitos adolescentes procuram as cirurgias no impulso, para tirar uma gordurinha ou aumentar os seios, mas é necessário lembrar que algumas imperfeições podem ser corrigidas de outras formas, sem a intervenção cirúrgica”, aponta Berger, que adverte sobre os riscos existentes em qualquer cirurgia.