Marcello Casal jr/Agência Brasil

Em reunião remota ontem da Frente Parlamentar do Coronavírus na Assembleia Legislativa pelo deputado Michele Caputo (PSDB), promoveu o debate sobre o tratamento e prevenção à Covid-19 com apresentações de dois médicos com posições divergentes sobre o uso dos medicamentos disponíveis no momento em que ainda não há vacina para o vírus.
Dorival Ricci Cunha Junior, cirurgião do Hospital Paraíso, no município de Paraíso do Norte (região Noroeste) defendeu o uso da cloroquina e hidroxicloroquina; e do infectologista Clóvis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, contrário ao uso destes remédios.

Precoce
Dorival Ricci Júnior, representando um grupo de 257 médicos e administradores paranaenses e cerca de 3.500 médicos do país inteiro que defendem a prática do tratamento precoce. Relatou como se dá o contágio do vírus e como ele age no organismo, os sintomas e diagnóstico, além dos índices de mortalidade em cada uma das fases da doença. Ele explicou que 81% dos infectados não têm sintomas em sua fase aguda; 14% tem sintomas moderados e precisam ser internados; e 5% deles evoluem para a fase grave, se não receberem o tratamento adequado. Dorival Ricci Júnior afirmou que tudo depende do tempo em que as medicações são ministradas em cada fase da doença, de acordo com a replicação viral apresentada no organismo. “Quanto mais vírus houver, mais difícil conter seu avanço”, explicou.

Segurança
Em contraponto, o infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns, enfatizou a necessidade das pesquisas de segurança e eficácia para todos medicamentos usados contra qualquer doença. “No momento temos apenas dois remédios aprovados para o Covid: a dexametasona e o Remdesivir, que não tem no Brasil e é caro. O tratamento nos EUA custa cerca de US$ 4 mil”. De acordo com ele, a Hidroxicloroquina não tem eficácia comprovada por nenhum estudo mundial.

Calamidade
Os deputados estaduais aprovaram na quarta-feira, projeto de decreto legislativo 17/2020 que declara o estado de calamidade pública para as cidades de Guairaçá e Nova Esperança. Com isso, o Paraná tem 315 municípios em situação de emergência em virtude dos efeitos econômicos causados pela pandemia do coronavírus. O reconhecimento do legislativo serve para dispensa do cumprimento de metas fiscais previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), devendo os procedimentos licitatórios serem respeitados normalmente.

Juro zero
Tramitam na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) projetos de lei para instituir na cidade, devido à crise econômica e social pela pandemia da covid-19, programas de auxílio às empresas e aos motoristas de táxi, de aplicativos e de transporte escolar, além dos microempreendedores individuais. As propostas são assinadas pelos vereadores Dalton Borba (PDT) e Professor Euler (PSD). Às empresas, a proposta é instituir o programa Juro Zero, para conceder empréstimos aos pequenos e microempresários que precisaram suspender, parcial ou totalmente, as atividades durante a pandemia. O crédito seria utilizado para estabilizar as folhas de pagamento (RH), pagar os fornecedores, despesas de aluguel, energia elétrica, taxas e tributos em geral. O projeto prevê que o Município cubra as despesas de juros dessas operações.

Auxílio
O outro projeto de lei assinado pelos dois vereadores pretende implementar o Programa de Concessão de Auxílio Financeiro Emergencial (Procafe). A proposta prevê que o Município pague um auxílio emergencial aos taxistas, motoristas de aplicativos, transportadores escolares e microempreendedores individuais (MEIs), desde que devidamente cadastrados na Prefeitura de Curitiba até o dia 15 de março (005.00130.2020). O auxílio proposto corresponderia a uma parcela única de R$ 1,5 mil, paga dentro de até 20 dias após a publicação da lei