A pandemia do novo coronavírus provoca diversas mudanças na vida de todos. Uma delas, a de como morar. Esse tema faz parte do Projeto Moradia no mundo pós pandemia, que se trata de um think tank que reúne professores e intelectuais do Brasil e faculdades internacionais, para debater tendências na sociedade civil.

Uma pesquisa inédita foi encomendada pelo projeto junto ao Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (IPESPE). “Em fevereiro deste ano, uma de nossas pesquisas identificou que 55% das pessoas aceitavam morar em imóveis de acordo com a fase de vida, mudando conforme o momento que vivia. Voltamos a campo para saber se este comportamento continuava após a pandemia e nos surpreendemos com o aumento de cinco pontos percentuais (60%), além de novos dados”, explica Leão Serva, um dos idealizadores do projeto.

Enquanto mais de 70% dos entrevistados dizem gostar desta fase de home office, o número de pessoas interessadas em trabalhar próximo ao local de trabalho ou estudo, disparou de 38% para 57%. Um aumento de 50% em relação à pesquisa anterior.

“Já vínhamos acompanhando, nos últimos 10 anos, que o brasileiro tem buscado meios alternativos de se locomover nas cidades, ao invés de usar transporte público. Essa nova informação, além de reforçar o que já sabíamos, também deixa um alerta para os gestores na confiança no uso do transporte público nas cidades. Além de maior qualidade de vida, trabalhando ou estudando perto de casa, as pessoas também querem mais segurança sanitária”, analisa Serva.