SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Bradesco anunciou nesta quinta-feira (31) um aumento de 13,4% em seu lucro líquido recorrente em 2018, para R$ 21,564 bilhões, ante R$ 19,024 bilhões no ano anterior.


O lucro líquido contábil saltou 30%, de R$ 14,7 bilhões para R$ 19,1 bilhões.


No quarto trimestre, o ganho desconsiderados efeitos extraordinários foi de R$ 5,83 bilhões, 19,9% maior do que o obtido no mesmo período do ano anterior.


A carteira de crédito cresceu 7,8% em 12 meses e fechou 2018 em R$ 531,6 bilhões.


O avanço ajudou a compensar a redução de receita com empréstimos no acumulado de 2018, reflexo da queda da taxa de juros e da redução dos spreads (diferença de custo de captação e taxa de juros cobrada dos clientes), afirmou Octavio de Lazari, presidente do banco, a jornalistas.


“Não tem mais como manter o spread como a gente praticava. E, com os spreads comprimidos, a única solução é crescer volume”, afirmou.


A margem financeira com crédito em 2018 foi 2,2% menor que a de 2017, R$ 48,5 bilhões. As demais fontes de receita do banco compensaram o resultado, e a margem financeira total somou R$ 63,3 bilhões em 2018, 6% de crescimento.


Para 2019, o banco fixou projeção de crescimento de 9% a 13% na carteira de crédito e expansão da margem financeira de 4% a 8%.


O crescimento do crédito ainda será puxado pelos segmentos pessoa física e pequena e média empresa, isso porque as grandes empresas ainda não retomaram investimentos, afirmou Lazari.


Ele disse, contudo, que agora os projetos já saíram da gaveta e foram para cima da mesa, indicando que a recuperação pode começar em breve.


O presidente do Bradesco disse ainda que a inadimplência do banco está em um patamar mais elevado do que gostaria, apesar da trajetória de queda. Atualmente, os atrasos superiores a 90 dias estão em 3,51%.


Segundo ele, as novas safras de empréstimos apontam para menor risco de calote, indicando que o índice de inadimplência deve cair nos próximos trimestres.


As despesas para cobrir eventuais calotes caíram 30% em 2018, para R$ 14,53 bilhões.


Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, porém, houve um crescimento de 4,5% nessa despesa, reflexo do aumento das concessões de crédito.


O banco fechou o ano com ROE (retorno sobre o patrimônio, uma medida importante para acionistas) em 19,7%, voltando a casa dos 20% após a aquisição do HSBC, cuja junção começou em 2016.


Bradesco/2018


Lucro recorrente R$ 21,564 bi (+13,4%)


Carteira de crédito R$ 531,6 bi (+7,8%)


Despesas contra calotes R$ 14,53 bilhões (-30%)


Margem financeira R$ 63,3 bi (+6%)


Principais concorrentes Itaú e Santande