
A greve de funcionários da Petrobras chegou ao 18º dia nesta terça-feira (18). Na véspera, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) declarou a greve como ilegal e abusiva, mas os grevistas afirmam que vão recorrer da decisão, e que o movimento continua. Ele até fizeram uma manifestação no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), na manhã desta terça. Os rumores de que há possibilidade de faltar combustível já se espalham em Curitiba e região. As entidades, no entanto, divergem sobre o assunto. A Petrobras garante que a produção não foi afetada e que tem capacidade de suportar a paralisação sem o risco de desabastecimento. Em nota, o Sindicombustíveis-PR informa que no momento não tem informação sobre qualquer tipo de interrupção ou dificuldade no fornecimento de combustíveis, assim como a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), que representa 34 sindicatos patronais no país. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, também afirmou na semana passada que a greve não tinha afetado a produção, porém afirmou estar preocupado com a possibilidade de a situação continuar por muito tempo, já que são menores as equipes de contingência trabalhando nas unidades. “A Petrobras está trabalhando com equipes de contingência. Por isso, nos manifestamos com a preocupação de que, se essa situação perdurar por muito tempo, pode ter um impacto”, disse, em entrevista. A agência reguladora, inclusive, enviou ofício ao TST para manifestar a preocupação.
O presidente da Petrobras Roberto Castello Branco, afirmou na semana passada que “nenhum barril de petróleo deixou de ser produzido ou refinado” e que estão contratando funcionários para operar algumas plataformas. Para manter a produção, a direção suspendeu férias de funcionários de áreas operacionais e antecipou pagamentos de prêmios por desempenho para os que continuam trabalhando. “A produção diária e os estoques de combustíveis garantem a oferta ao mercado e afastam a possibilidade de desabastecimento”, diz nota da empresa. “A Petrobras informa regularmente à ANP o volume de combustíveis produzido em suas refinarias, assim como a produção de petróleo, não sendo observada queda dos estoques, o que evidencia a normalidade nas operações.”
Segundo a Federação Única dos Trabalhadores (FUP), 21 mil petroleiros estão mobilizados em 121 unidades da Petrobras em 13 estados. A paralisação atinge refinarias, plataformas, termelétricas, usinas, entre outros, de acordo com a federação. Adaedson Costa, coordenador da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), disse ao jornal “O Estado de S. Paulo” que não acredita nas informações da Petrobras. “A produção não para com a greve, mas diminuiu. A Petrobras mente. Foi assim também em 2015 [quando também houve uma greve] e depois, no relatório anual, teve que confessar o prejuízo.”