Em um ano atípico para os esportistas, por causa da pandemia de covid-19, o surfista Gabriel Medina está prestes a voltar às competições. Ele embarca nesta quinta-feira para o Havaí, onde disputará a primeira etapa do Circuito Mundial de Surfe (a temporada 2020 foi cancelada e este evento já vale para o calendário de 2021), mas antes aproveitou para anunciar mais um patrocínio, seu 14º. A Espaçolaser, empresa de depilação, vai estar ao lado do atleta bicampeão mundial com sua marca estampada na prancha até o final de 2021 – os valores não foram revelados.

“O atleta precisa de oportunidade e parceiros que estejam com ele para acreditar nos nossos sonhos. Minha vida toda foi feita assim. Começamos com meu pai (Charles), que acreditou em mim, e com a loja de surfe, depois fomos crescendo e conhecendo parceiros. Hoje tenho 14 marcas na minha prancha, então tem bastante gente acreditando no meu trabalho”, confessou o atleta. “Represento muitas pessoas e elas me apoiam. O legal do esporte é essa parceria e ter isso quando um ajuda o outro”, continuou.

O surfista brasileiro teve um ano bem diferente, pois não disputou competições oficiais. Quando estava na reta final de sua preparação, veio a pandemia e os eventos foram cancelados. “Estava treinando muito forte, mas aí teve o covid-19, cancelaram o ano inteiro, aí passei a treinar um pouco menos. A pandemia pegou todo mundo de surpresa. Em julho e agosto eu parei, descansei, aí quando confirmaram a etapa do Havaí voltei a treinar com mais força”, disse.

Durante o período de quarentena, Medina aproveitou para ficar ao lado da família e dos amigos. “A pandemia teve um lado ruim, pois o mundo parou e pessoas morreram. Mas o lado bom disso foi que fiquei em casa ao lado das pessoas que mais gosto. Aprendi coisas novas, estou aprendendo a tocar violão, e tentei tirar o melhor desse período. Precisava de um tempo em casa, fazia 10 anos que eu estava viajando, então foi bom por me sentir uma pessoa normal”, afirmou.

A primeira etapa do Circuito Mundial de Surfe está prevista para começar em 8 de dezembro, em Pipeline, no Havaí. Foi lá que Medina conquistou seus dois títulos mundiais e teve excelente desempenho. “Estou acostumado a decidir título no Havaí, e esse ano será a primeira etapa. Será menos tenso. É uma etapa que considero muito boa para mim, pelo estilo de onda. Minhas pranchas serão praticamente a mesma e minha expectativa é alta. Estava sentindo falta de viajar e competir. Saudade de vestir a lycra e representar meu País. Será uma temporada diferente, mas procuro olhar os lados positivos e fico feliz de estar de volta.”

Além da mudança no calendário por causa da pandemia, a decisão do Circuito Mundial será em Trestles, na Califórnia, em formato decisivo, com os cinco atletas mais bem ranqueados. Esse novo formato de “final” também deixará o evento mais atrativo. “Esse encerramento na Califórnia, para decidir um título, não tem a onda ideal. Mas estou preparado para qualquer situação. Por isso acordo cedo, me dedico e treino para estar no meu melhor. Vai ser um formato legal, mais emocionante”, explicou.

Medina também aproveitou para elogiar sua irmã, que acabou de ser bicampeã paulista sub-16. Foi Sophia Medina, inclusive, que contribuiu para a aproximação da Espaçolaser com o atleta, pois ela já tinha o patrocínio da empresa. “É muito legal ver minha irmã evoluindo. O que mais me choca nela é a dedicação que ela tem com o esporte. Me faz lembrar quando eu era moleque. Então é um dia muito especial pra mim. A gente já era conectado por causa do apoio à minha irmã, vínhamos conversando e conseguimos fechar essa parceria. Agora estão na minha prancha e vou carregar mundo afora”, comentou Medina.

A estratégia da Espaçolaser é usar o surfista para reforçar a sustentabilidade da marca. “É um sonho para gente ter um bicampeão mundial, em um ano tão importante para ele”, explicou Ygor Moura, Co-CEO da Espaçolaser. Segundo Paulo Morais, também Co-CEO da empresa, Medina vai se juntar a outras dezenas de atletas patrocinados por eles. “Começamos esse projeto há 9 anos, com foco em olhar modalidades que não têm tanta visibilidade. A gente precisava de alguém do tamanho e do patamar do Gabriel, e conseguimos”, disse.